April 13, 2006

À espera da Civil War...

Antes que me acusem de só ler DC, aqui ficam alguns comentários a coisas que tenho lido da Marvel. É um facto que o Decimation tem vindo a esmorecer...e neste momento estou ansioso pela Civil War, para agitar um bocado as coisas. Mas ainda vai havendo uns quantos arcos interessantes nalguns titulos.

Daredevil #82 - Bendis e Maleev já eram. Deixaram sem duvida a sua marca neste titulo, nem que não seja por terem exposto a identidade secreta do Daredevil e feito várias histórias que lidavam com as consequências de tal revelação. Eu gostei do seu trabalho, mas a verdade é que já andava um bocado cansado de tanto diálogo, e da arte do Maleev. Agora com a nova equipa criativa, Ed Brubaker e Michael Lark, o feeling de história pulp de crime mantém-se, mas o Brubaker enrola menos que o Bendis, tornando a história mais dinamica e agradável de acompanhar. Por outras palavras, acontecem mais coisas num número escrito por Brubaker do que em 4 escritos por Bendis. Em termos de arte, Maleev e Lark são parecidos, o que acaba por ser bom para manter a tonalidade sombria deste titulo. Ainda assim, gosto mais de Lark do que de Maleev. Nesta primeira história, Matt Murdock está preso enquanto aguarda julgamento, e está a ser equacionada a possibilidade de o porem na mesma ala em que se encontram tantos e tantos criminosos que ele ajudou a prender enquanto Daredevil. Só isto chegava para tornar a história interessante, mas Brubaker recorre a mais um trunfo: uma personagem bem conhecida morre.

Astonishing X-Men #13 - O regresso de Joss Whedon e John Cassaday. Depois dos excelentes 12 primeiros números desta série e de um intervalo bastante prolongado, Whedon e Cassaday estão de volta para mais histórias de intriga, traição e acção, naquele que eu considero o titulo X que mais respeito tem pela personalidade e passado das personagens mutantes que usa. Neste novo arco, iremos assistir ao regresso do Hellfire Club, com nova formação.





Ultimates Vol2 #10 - Ultimates disassembled :) Uma nova equipa, os Liberators, está a dizimar a equipa dos Ultimates. A unica coisa que falta para tornar esta história épica é um combate entre equipas. Mas os Liberators foram mais espertos, e foram apanhando separadamente cada um dos heróis de Ultimates. Ah, e como custa ter um traidor na equipa... Millar e Hitch continuam a dar cartas no melhor titulo da linha Ultimate, mas ainda assim acho que se começa a notar alguma ... falta de idéias.





X-Men Deadly Genesis - Então não é que houve uma outra equipa de X-Men entre a original e a introduzida no Giant Size X-Men ? Quem eram ? Qual foi o seu aparentemente fatal destino ? E porque é que este tipo de revelações do passado obscuro do Xavier aparecem sempre em alturas em que este não está presente para se defender ? :) Boa arte, revelações chocantes, e boa interacção entre personagens.






Captain America - E lá está o Brubaker outra vez. Depois da emotiva história do Winter Soldier, Brubaker foi buscar agora dois vilões de segunda categoria da galeria de inimigos do Captain America para brincar um pouco ao Natural Born Killers. Crossbones e Sin, a filha do Red Skull, andam numa road trip a matar tudo o que lhes aparece à frente.

April 12, 2006

2º Festival Internacional de BD de Beja


Decorre entre 8 e 29 de Abril a 2ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.
O Festival conta com exposições de autores nacionais e estrangeiros, como Carlos Pacheco (Espanha), Daniel Maia (Portugal), George Pratt (E.U.A.), Lourenço Mutarelli (Brasil), entre outros.

O programa inclui conferências, sessões de autógrafos, lançamentos, concertos, exibição de filmes, workshops, etc.

Podem saber tudo sobre este festival no seu site oficial.

April 11, 2006

One Year Later...

"One Year Later" é o mais recente tema de fundo a correr o universo DC. Vários titulos da DC estão a sair já com este "carimbo" na capa, e a idéia é contar histórias que se passam Um Ano Depois dos acontecimentos de Infinite Crisis.

Não é um recontar de origens. Não é um mega crossover a atravessar o universo DC como foi/é Infinite Crisis. Antes pelo contrário, parece ser uma rampa de lançamento para boas novas histórias, sem grandes interligações entre titulos, excepto onde apropriado. O facto de se ter passado um ano sem saber o que aconteceu a estas personagens, é bem aproveitado de modo a fornecer um bom jumping on point para quem queira ler estas histórias, sem ter de se preocupar com o que aconteceu antes.

Claro que a DC pretende capitalizar contando o que se passou nesse ano, preenchendo a lacuna entre Infinite Crisis e One Year Later com uma maxi-serie chamada "52". Tudo bem. Quem quiser saber tudo, tem aí a sua oportunidade. Mas depois da confusão que foi/está a ser Infinite Crisis, One Year Later traz de volta uma simplicidade às histórias das personagens principais da DC da qual eu já tinha saudades. A DC parece tentar simplificar o seu universo com One Year Later. É um "back to basics" que a meu ver está a ser atingido com sucesso.
Aqui ficam os meus comentários a alguns dos titulos que já sairam sob a temática One Year Later...



Detective Comics #817 e Batman #651 - É um dos exemplos onde é apropriado juntar titulos para simplificar o papel da personagem Batman em One Year Later. Os dois titulos principais do morcego irão ver uma história de 8 partes - Face the Face - onde podemos assistir ao regresso do Batman a Gotham, depois de um ano ausente. Escrito por James Robinson com arte de Leonard Kirk (Detective Comics) e Don Kramer (Batman), esta história traz também de volta uma personagem carismática do universo Batman: o comissário James Gordon. Nos primeiros números podemos perceber que alguém anda a eliminar personagens da galeria de vilões do Batman. Ok, as vitimas não são nenhum Joker nem Pinguin, para já, mas pode-se perceber que há um serial-batvillain-killer à solta.É bom ver alguma consistência na escrita entre estes dois titulos, e mesmo a nivel de arte, está bastante bom. Há já algum tempo que não me interessava tanto por uma história do Batman.



Robin #148 - Um ano mais tarde...Robin encontra-se a lutar com um oponente que lhe está a levar a melhor. Ofuscado por uma luz forte, Robin consegue acertar no seu inimigo, e aparentemente de um modo fatal, pois este jaz morto no chão à sua frente quando Robin recupera a visão. Qual não é o espanto quando Robin consegue ver que estava a lutar com a ... Batgirl? Assim começa uma história em que Robin é tramado e acusado de homicidio, escrita por Adam Beechen (Justice League Unlimited), com desenhos de Karl Kerschl (Action Comics), a nova equipa criativa deste titulo. Na capa (de Ed McGuiness), podemos ver outra novidade do titulo: o novo uniforme de Robin. Bom ritmo, história interessante e que promete vir a consagrar a personagem Tim Drake como um digno sucessor do titulo de World's Greatest Detective que o Batman detém.



Nightwing #118 - E do novo Robin, para o Robin original. Um ano mais tarde, Dick Grayson encontra-se em Nova Iorque. É na Big Apple também que um vigilante de nome Nightwing luta contra o crime, de um modo bastante violento por sinal, chegando a matar alguns criminosos. Mas será que este Nightwing é o nosso conhecido ex-parceiro do Batman, ou será outro sujeito a querer tomar o seu lugar? Quem sabe, até é um outro ex-parceiro do Batman, um tal Jason Todd... Bruce Jones escreve, Joe Dodd desenha.






Superman #650 - Tal como em Detective Comics e Batman, os titulos Superman (ex-Adventures of Superman) e Action Comics também vão ter uma história em 8 partes (Up, Up and Away), onde iremos ser reapresentados ao Superman. Geoff Johns e Kurt Busiek são responsáveis por esta história, que tem desenhos de Pete Woods. Um ano após Infinite Crisis, vemos Clark Kent a funcionar a 100% como reporter, e a ter sucesso nessa função. Será que já não há Superman? E agora, quem vai lutar contra os supervilões que assolam Metropolis?






Green Arrow #60 - A nova fase do Green Arrow é desenhada por um novo artista neste titulo, Scott McDaniel. Na escrita continua Judd Winick, que nos irá contar as aventuras do novo mayor de Star City: Ollie Queen. Presidente da Câmara de dia, vigilante à noite. Qualquer semelhança com algum concelho portugues é pura coincidência :)









JSA #83 - E enquanto não chega a nova JLA, vou-me entretendo com a JSA, a equipa que junta várias gerações de heróis. Há já algum tempo que queria ler alguma coisa desta equipa - desde o especial JLA/JSA: Virtue and Vice, desenhado por Carlos Pacheco. Mas até agora não tinha encontrado uma boa altura, com arte que me agradasse, para me juntar à festa. Isso mudou com One Year Later, que traz para este titulo o artista Rags Morales (Identity Crisis). O argumentista é Paul Levitz, um criador habituado à JSA.

March 22, 2006

Ramos ao Sol

Mesmo quem não goste da arte de Humberto Ramos, tem de admirar o seu profissionalismo e vontade de fazer experiências com o seu estilo. Depois da mini-série Revelations, em que apresentou um estilo de arte bem diferente do seu habitual, e ter sido anunciado como o novo artista do titulo Wolverine da Marvel, a nova aventura deste jovem autor consiste no lançamento de uma nova série de albuns para a editora francesa Soleil. Com este trabalho, Ramos passa assim a estar também presente na BD franco-belga. O primeiro album sairá em Março deste ano, em França.


"K" é escrito por Hicks Crisse, desenhado por Humberto Ramos e arte-finalizado por Carlos Cuevas, que também trabalha com o autor em Wolverine. A cor está entregue a Leonardo Olea. Irá sair um album por ano, durante 3 anos.

Quem sabe isto não venha a ser um incentivo para que este autor seja convidado a um dos próximos eventos de Banda Desenhada do nosso país... Era bem bom.

Tal como Humberto Ramos, também outros autores de comics americanos têm trabalhos agendados para a editora francesa. Podem saber mais sobre estes aqui :

Newsarama - Comics From France: Looking At Soleil

March 17, 2006

2ª Grande Mostra de Jogos de Estratégia do Seixal

Aqui fica um aviso para o pessoal que gosta de ver personagens dos Comics em outros ambientes, nomeadamente em jogos de estratégia.

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2.ª Grande Mostra de Jogos de Estratégia do Seixal
25 de Março (sábado) 14.00h às 20.00h
Independente Futebol Clube Torrense

Demonstrações: “Magic: The Gathering”, “Senhor dos Anéis”, “Yu-Gi-Oh”, “Pokemon”, “Duel Masters”, “Heroclix”.

Uma tarde dedicada aos jogos de estratégia. De um lado, pode assistir-se à demonstração de vários jogos de cartas, de tabuleiro e miniaturas, enquanto que os mais experientes estão convidados a participar nos torneios, disputando um prémio final.
A 2.ª Grande Mostra de Jogos de Estratégia está aberta à participação de todos. E para quem não domina ainda as técnicas, há pessoal especializado e experiente pronto a ajudar.
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Mais informações em
http://www.cm-seixal.pt/mj2006/+marco_jovem/jogos_estrategia.html
http://projectoficcoes.no-ip.com/

Na secção Agenda do site dos organizadores do evento, Projecto Ficções, encontra-se um formulário para quem estiver interessado em pré-inscrever-se nos torneios.

March 7, 2006

Blog Chain


Há um par de semanas atrás, o blog Notas B.D.filas lançou-me um desafio que pelos vistos tem andado a correr blogs. Em traços simples, o que se pretende é que o dono de cada blog revele 5 traços da sua personalidade, e passe a bola a outros blogs que conheça. Gostei da idéia, e com algum atraso, aqui ficam então 5 traços da minha personalidade de leitor de Comics.

1) Prefiro comics a TPBs. Eu sei que os TPBs ficam melhor na prateleira, são mais fáceis de arrumar, as histórias são quase sempre completas e, por isso, mais interessantes de ler de uma assentada. Mas não sei porque adoro o formato comic de 22 páginas. Talvez por ser tão prático de ler. Talvez por ser mais acessível do ponto de vista económico. Acho que se em vez de comprar comics comprasse em TPB tudo o que leio em comic, não comprava nem metade das coisas que leio. Bem sei que fazendo as contas, os TPBs até saem mais baratos. Mas o dinheiro assim sai mais facilmente do bolso. E não tenho de esperar tanto tempo até poder ler as mesmas histórias.

2) No par arte/argumento que compõem um comic, dou sensivelmente mais importância à arte que ao argumento. Isto é um pouco subjectivo - depende do artista, depende da história, depende do argumentista - mas de um modo geral, é para mim mais fácil aguentar uma história que não goste se gostar do artista, do que o contrário.

3) Compro demasiados comics. Não consigo resistir, e muitas vezes arrependo-me à posteriori. Ou porque afinal aquele titulo novo que me despertou tanto interesse acabou por não ser nada de especial, ou porque me deixei enganar pelas técnicas de crossover das editoras que espalham histórias por diversos titulos,... Enfim. Tenho tentado controlar o impeto de comprar mais e mais comics, até porque cada vez tenho mais problemas de espaço, mas há tanta coisa que gosto a ser publicada que às vezes é dificil. Onde vou guardar tanto comic ?

4) Sou mais adepto da corrente mainstream dos comics americanos, do que da corrente independente. Isto apesar de ler regularmente alguns titulos que considero pouco mainstream, normalmente da editora Vertigo. As histórias de super-heróis conseguem ser mais do que um grupo de tipos vestidos em spandex a dar porrada num grupo antagonista cujo principal objectivo é conquistar o mundo. O comic ideal, para mim, tem um bom argumentista a contar uma história interessante com personagens com as quais cresci, em que consiga identificar claramente essas personagens pelo modo como falam e agem, desenhado por um tipo que tenha em atenção o detalhe dos backgrounds, que saiba exprimir emoções nas caras das personagens em situações dramáticas, e muito dinamismo nas sequências de acção.

5) Detesto vacas sagradas. Chateia-me que existam autores que de algum modo tenham atingido um tal estatuto de invulnerabilidade que obriga a que toda a gente tenha de gostar de todos os trabalhos desse autor. Estou a lembrar-me de nomes como Alan Moore, Neil Gaiman e Grant Morrison. Qualquer um destes autores tem trabalhos que eu gosto, mas por vezes a aura quasi-religiosa com que os seus fãs os tratam faz com que acabe por me dar vontade de não prestar tanta atenção ao seu trabalho, ou mesmo de não gostar. De propósito. Apenas para manter algum equilibrio de opiniões.

E mais havia a dizer, mas 5 é mais do que suficiente, acho.
Sendo assim, passo a bola aos seguintes Blogs, que são livres de dar seguimento ou não, claro. Esta não é uma daquelas correntes que promovem acontecimentos desagradáveis a quem não a siga. :)

Bloguimia

Ritmos Presos

Mundo Fantasma

February 16, 2006

David Finch em Spider-man Unlimited #14

A imagem acima é nem mais nem menos que a primeira página da história "Without a Trace", de C.B.Cebulski, que irá ser publicada em Spider-man Unlimited #14. Normalmente fujo dos titulos Unlimited, porque nem as histórias são significativas para as personagens, nem os artistas costumam ser do meu agrado. Mas desta vez não vou conseguir resistir. David Finch está em grande forma, como se pode ver na imagem. É este o meu tipo de arte preferido nos comics: detalhado, com planos ousados, backgrounds grandiosos, e muito movimento. Para já, este Spider-man Unlimited vai ser um bom aperitivo, enquanto não chegar cá a nova série de Moon Knight, que este artista irá desenhar.

Podem ver mais páginas de preview deste título nos sítios do costume, como por exemplo aqui.

February 14, 2006

Wondercon 2006


No fim de semana passado teve lugar mais uma Wondercon, em San Francisco. Aqui ficam alguns comentários a novidades e curiosidades que aconteceram por lá. Infelizmente, desta vez só sei o que se passou pela net :-( , mas é melhor que nada.

Frank Miller anunciou que já arte-finalizou 120 páginas de uma graphic novel original de 200 páginas do Batman, chamada "Holy Terror, Batman!". Segundo palavras do autor, o livro é nem mais nem menos que "uma peça de propaganda na qual o Batman dá uma abada à al-Qaeda". "O Superman deu um murro ao Hitler, assim como o Captain America," disse Miller. "Parece um bocado parvo o Batman andar atrás do Riddler, quando existe a al-Qaeda." A ver vamos se esta graphic novel não vai trazer problemas ao autor. Espero que não, mas nos tempos que correm, nunca se sabe.

Grant Morrison e Jim Lee vão colaborar numa nova série bi-mensal de Wildcats, que terá inicio em Agosto. Com Wildcats, Morrison disse que irá procurar contar histórias adultas de superheróis. Não necessariamente com conteúdos adultos explicitos, mas sim com idéias e motivações adultas. Também disse que tem intenção de recuperar algum do exibicionismo excessivo da Image dos anos 90. Disse que quer ver gente bonita a fazer coisas espantosas. Estou curioso de ver a reacção dos fãs de Morrison a esta tendência, e se de repente a Image dos anos 90 vai deixar de ter a conotação acentuadamente negativa que é costume ver esses fãs expressarem.

Para além de Wildcats, Grant Morrison irá também tomar conta de outro grupo da Wildstorm: The Authority. Nesta nova série, também bi-mensal que irá começar em Setembro, Morrison irá contar com a arte de Gene Ha, um artista que tanto quanto sei será mais "simpático" para os apreciadores de Morrison que o Jim Lee. Eu gosto muito de ambos, pelo que não me posso mesmo queixar. Os planos de Morrison para Authority consistem em devolver ao grupo o papel de potencia que parece ter vindo a perder.

Gen13 regressa em Setembro, com Gail Simone e Talent Caldwell. Segundo o editor Scott Dunbier, Simone trata muito bem personagens adolescentes, e traz à série muito sentido de humor. Mas ele também não ia dizer o contrário, certo ? Esta nova fase da vida do grupo de adolescentes mais conhecido da Wildstorm será desenhada pelo Talent Caldwell, o artista cujo estilo se confunde facilmente com o de Michael Turner.

Grant Morrison foi anunciado como o próximo argumentista do titulo Batman, depois da história de 8 partes que James Robinson irá contar em Batman e Detective Comics, com inicio em Março. Rumores apontam para um dos irmãos Kubert como o artista que irá acompanhar Morrison. Este Morrison está em todo o lado.

Brad Meltzer e Ed Benes serão os autores do novo titulo da Justice League of America que irá ser lançado em Agosto. É o regresso do escritor a estas personagens, depois do sucesso que foi a
mini-série Identity Crisis.

"52", a maxi-série de 52 números que se segue a Infinite Crisis, irá reestabelecer o universo DC como um universo coeso, relacionando personagens e eventos. Os artistas desta série serão muitos, mas as principais cabeças por trás de toda a história serão Geoff Johns, Mark Waid, Greg Rucka e Grant Morrison.

Como de costume, a Marvel esteve um pouco apagada nesta Wondercon, pelo menos no que diz respeito a noticias. Para além de anunciarem o contrato de exclusividade de Peter David por 3 anos, pouco mais fizeram que dar a conhecer novas imagens do terceiro filme de X-Men.
500 sortudos ganharam posters do novo filme X-Men: The Last Stand. O poster do filme apresenta Hugh Jackman, Famke Janssen, Halle Berry e Anna Paquin de volta às personagens Wolverine, Phoenix, Storm e Rogue. Mas o grande entusiasmo do publico foi para as novas personagens do filme, Beast e Angel, representados pelos actores Kelsey Grammer e Ben Foster.

February 9, 2006

Humberto Ramos em Wolverine

Depois de House of M, Logan recuperou totalmente a memória. Mas isso acabou por lhe trazer mais perguntas do que respostas, facto que o faz andar agora numa autêntica volta ao mundo (do Japão ao Canadá) à procura de solução para as mesmas. Daniel Way, Javier Saltares e Mark Texeira estão a fazer um bom trabalho em Wolverine, na actual história "Origins & Endings".



Mas pelos vistos só vão fazer essa história, uma vez que a Marvel já anunciou a nova equipa criativa de Wolverine. A partir do #42, Marc Guggenheim será o responsável pelo argumento, enquanto que a arte estará a cargo de Humberto Ramos.

Já falo do Marc. Para já, vamos à arte.

Eu sou mais adepto de arte realista do que de arte cartoony. No entanto, há algo na arte do Humberto Ramos que me agrada muito. Talvez seja o detalhe que ele põe nos cenários. Talvez seja a composição e storytelling das páginas. Talvez seja o "mood" que ele consegue transmitir nas personagens, mesmo com os exageros anatomicos tipicos de uma arte mais próxima do cartoon. Ou talvez seja tudo isto à mistura. Seja como for, gosto muito da arte do Humberto Ramos, e sei que vou já ficar a contar os meses até chegar cá o primeiro número feito por esta equipa. Por enquanto, posso satisfazer a curiosidade do que aí vem no site da Newsarama, onde está uma entrevista ao Guggenheim muito bem acompanhada de algumas páginas do Ramos.

Não me lembro de já ter visto alguma vez o Humberto Ramos a desenhar o Wolverine. Pelos previews, parece-me que o estilo do Humberto Ramos irá ser parecido ao que Jeff Matsuda usou há anos atrás, neste mesmo titulo. Mas com a vantagem de Ramos ser muito mais completo que Matsuda, pelo menos no que diz respeito a backgrounds. A ver vamos que tal se vai dar com esta personagem. De uma coisa tenho a certeza: olhos maiores ou menores, maxilares exagerados ou não, o Wolverine de Humberto Ramos irá concerteza ser uma "force of nature" a respeitar.

Quanto ao argumento, tanto quanto sei a primeira storyline irá coincidir com a Civil War da Marvel, pelo que deve estar de algum modo relacionado. O argumentista, Marc Guggenheim, já fez alguns pequenos trabalhos na área dos comics, em Aquaman e Punisher. Mas é mais conhecido como argumentista de séries de TV como "The Practice" e "Law & Order", ambas passadas num mundo que lhe é familiar, uma vez que ele próprio é advogado. Colaborou também com a Microsoft no script do jogo "Perfect Dark Zero", para a Xbox 360.

February 3, 2006

Morreu Seth Fisher

Soube hoje que Seth Fisher, autor americano residente no Japão, ao que parece morreu vítima de uma queda de sete andares, ao cair do terraço de um clube em Osaka, Japão.

Autor de comics como Vertigo Pop Tokyo, Green Lantern: Willworld e Flash: Time Flies, Fisher conquistou a todos os que o conheceram no FIBDA de 2004 com a sua simpatia e excentricidade. Eu fui um dos sortudos que teve oportunidade de o conhecer por alguns minutos, durante um workshop que Fisher deu no FIBDA, e apesar da brevidade do workshop, posso dizer que aprendi bastante com ele.

Nestas alturas, tudo que possa dizer vai soar a lugar comum. Mas não consigo deixar de expressar o choque e "estranheza" que sinto de cada vez que alguém novo, com tanto para dar, perde assim a vida de um momento para o outro, de um modo tão trágico. Nestes momentos sentimos o quão frágil a vida humana é.

Podem encontrar mais informações no site da Newsarama.

January 18, 2006

X-Men Legends II: Rise of Apocalypse

A sequela do jogo X-Men Legends dá-nos de novo a hipótese de controlar equipas de X-Men (4 personagens de cada vez), num RPG cheio de acção e poderes mutantes. O fim do primeiro jogo, em que se vê aparecer o Apocalypse, fazia adivinhar qual seria o tema desta sequela. Inspirada em várias histórias dos comics, este jogo começa numa altura em que Apocalypse dominou o mundo, e os X-Men vêem-se obrigados a unir forças com a Brotherhood of Evil Mutants para
derrotar o terrível vilão. Os cenários são incrivelmente detalhados, e as personagens têm todas as características que nos habituámos a ver nos comics.

Para além da novidade interessante de se poder jogar com novas personagens, incluindo membros da Brotherhood como o Magneto, ou o Juggernaut, há um detalhe engraçado para os verdadeiros apreciadores dos comics: é que podemos escolher vários uniformes para cada personagem. Enquanto que em X-Men Legends estávamos limitados a usar o uniforme que as personagens têm em Ultimate X-Men (ainda que durante o jogo se percebesse que das versões ultimate apenas detinham o aspecto, uma vez que em termos de história o background era o da linha normal da Marvel), em X-Men Legends II, dependendo da personagem, podemos escolher entre os uniformes ultimate, os uniformes actuais, os uniformes clássicos, e ainda o aspecto que as personagens tinham na saga Age of Apocalypse !

Na imagem podemos ver isso mesmo: Ultimate Magneto, Wolverine, Cyclops e Bishop com os fatos actuais. O clássico do Wolverine é o fato castanho, enquanto que o de Cyclops é o da altura
Claremont/Byrne. Muito porreiro, para os fanáticos como eu.

O facto de se poder usar muitas personagens torna o jogo muito variado, pois cada personagem tem um leque de poderes muito próprio, e todos estão muito bem caracterizados. Desde os relampagos e ciclones feitos pela Storm à telecinesia da Jean Grey; o teletransporte do Nightcrawler; os raios opticos do Cyclops; o ice sliding do Iceman; as cartas explosivas do
Gambit; as valentes cargas do Juggernaut que destroem tudo por onde passa; o fogo do Sunfire; está tudo muito bem representado, incluindo o lendário "fastball special" protagonizado pelo Colossus e Wolverine.


Os mais criticos dirão: "E depois? O primeiro jogo já tinha tudo isso. Este aqui é mais do mesmo?" A resposta é: em parte sim, mas com uma nova história para seguir, novas personagens e poderes para usar e novos desafios para vencer.

E que desafios. De entre os "bosses" de nível que já tive de enfrentar, contam-se nomes como Grizzly (ex-parceiro do Cable e Domino no Six-pack), Mikhail Rasputin (osso bem duro de roer), Sauron, Holocaust, Sugar-Man (nasty tongue) e Lady Deathstrike (ver imagem seguinte).


Outro pormenor interessante são os diálogos. O actor Patrick Stewart, que interpreta o Professor X no cinema, empresta também aqui a sua voz a essa personagem. Os restantes nomes - tirando Lou Diamond Phillips que faz a voz do Forge - não conheço. Mas posso dizer que se adequam aquilo que tinha em mente para cada personagem, principalmente no que diz respeito aos sotaques de tipos como o Colossus, Nightcrawler, Gambit, Rogue, Moira MacTaggert, etc etc.

January 11, 2006

Decimation

O que aconteceria se 90% da população mutante perdesse o factor X, passando a ser homo sapiens normais ? Boa idéia para uma série de titulos What If, correcto ? Errado. Neste momento, no universo Marvel normal, foi precisamente isso que aconteceu. A história House of M acabou de modo apocaliptico, com a Scarlet Witch a trazer de volta a realidade normal, mas com um senão preso às suas últimas palavras : "No more mutants".

A idéia era eliminar de vez o factor X, mas o máximo que conseguiu foi reduzir uma população de milhões de mutantes para a módica quantia de 198. É isso mesmo. De todos os mutantes que existiam antes, apenas 198 permanecem com os seus genes inalterados. O dia em que tudo mudou ficou conhecido como o M-Day.

Algumas das baixas são personagens conhecidas (Quicksilver, Polaris, Iceman, Jubilee, Chamber, Blob,...). Outras são apenas figurantes, mas cuja perca de poder tem resultado em momentos dramáticos como é o caso de antigos mutantes subaquáticos que de repente perderam a capacidade de respirar debaixo de água, ou voadores que perderam subitamente o poder de voar.

Se para muitos a perca daquilo que os tornava mutantes é recebido com agrado, para outros é como se de repente lhes tivessem cortado um membro. Imaginem o que seria viver a vida em câmara lenta, para aqueles que perderam supervelocidade. Ou a surdez que representa para um telepata perder a capacidade de ler pensamentos. Estes e outros exemplos podemos ler nos vários titulos X que a Marvel publica. E, ao contrário de outros tempos e histórias, até as mini-séries são importantes e contêm histórias que valem mesmo a pena ler.

Aqui ficam alguns exemplos de coisas que li e gostei.

X-Factor #1
Argumento : Peter David
Desenhos : Ryan Sook

Depois da mini-série Madrox, Peter David continua a desenvolver a personagem Jamie Madrox, o Multiple Man, inovando no modo como este usa o seu poder de criar réplicas de si próprio. Existem muitos mais aspectos a ser explorados nesta personagem que a simples criação de exércitos de réplicas, e David consegue fazê-lo de um modo natural e com as pitadas de humor a que nos habituou em tudo o que escreve. Nesta nova série, que começa logo com as consequências que Decimation está a gerar na comunidade mutante, Madrox expandiu a sua agência de detectives contratando mais uns quantos amigos. Syrin e M juntam-se a Guido e Wolvsbane, e no primeiro número tentam recrutar Rictor, que foi uma das vitimas do M-Day. O mote de X-Factor é "X-Pect the Un-Xpected", e o primeiro número cumpre com esse objectivo a 100%.

Generation M #1
Argumento: Paul Jenkins
Desenhos: Ramon Bachs

Sally Floyd é uma jornalista que tinha uma coluna de artigos sobre mutantes. Depois do M-Day, Sally passou a escrever sobre os ex-mutantes, e o modo como estes foram afectados por este evento. Os media não se cansam de Sally, e essa notoriedade faz com que um serial killer lhe enviasse fotos de ex-mutantes assassinados, com uma pequena nota "Not enough have died". Nesta mini-série de 5 números, vamos poder ver pelos olhos de Sally como foram afectadas personagens como o Chamber, o Blob, a Jubilee e outros mutantes mais desconhecidos que perderam os seus poderes. Mas o fio condutor da história, e responsável por bons momentos de suspense, será o acompanhar das investigações dos crimes dos ex-mutantes. Quem será o serial killer, e até que ponto corre Sally perigo? O tom desta mini-série é muito similar ao titulo The Pulse, de Brian Michael Bendis, mas com uma narrativa mais próxima de séries e filmes policiais, estilo o Seven. Li algures que Jenkins e Bachs serão a próxima equipa criativa desse titulo, com a substituição de Jessica Jones por esta nova personagem. Se assim for, vou de certeza voltar a ler Pulse.


Son of M #1
Argumento: David Hine
Desenhos: Roy Allan Martinez

Um dia na vida de Pietro Maximoff, homo-sapiens. Nesta mini-série o destaque vai para a personagem do Quicksilver, o causador de House of M e consequentemente do estado da nação mutante depois do M-Day. Ele próprio é uma das vitimas, e nas mãos do escritor David Hine irá tocar no fundo, antes de se reerguer... Se alguma vez o chegar a fazer. Hine consegue captar bem o lado humano dos mutantes e as implicações dos seus poderes, como o provou em District X. Em Son of M irá concerteza fazer um trabalho tão bom como nesse titulo.

Decimation irá continuar pelos restantes titulos de mutantes, como X-Men, Wolverine, New X-Men, etc. Grandes alterações e conflitos vêm por aí, e depois destes aperitivos mal posso esperar para pôr os olhos na mini-série X-Men: The 198.

January 10, 2006

Momentos 2005 (DC/Wildstorm)

É dificil tentar recordar o material publicado pela DC em 2005 sem cair na INFINITE CRISIS, o mega-evento que está neste momento a decorrer nos titulos DC e cujos preparativos decorreram ao longo de todo o ano de 2005. A história de Infinite Crisis começou um pouco por todo o lado, mas podemos considerar o one-shot especial Countdown To Infinite Crisis como o marco inicial de toda a história. Nesse comic, que conta com a colaboração de vários artistas e argumentistas de peso da DC, são lançadas as sementes das 4 mini-séries que antecedem Infinite Crisis. Mas Countdown to Infinite Crisis é mais do que um mero comic de preview. É uma história dramática, de suspense, em que Blue Beetle, uma personagem algo menosprezada da DC, atinge a categoria de lenda, momentos antes de encontrar o seu fim.

As séries que se seguiram conduziram o universo DC até ao tal momento do Infinite Crisis.

Days of Vengeance encarregou-se do lado mágico desse universo, através da perseguição cerrada a todas as personagens mágicas por parte do Spectre. Um grupo de mágicos de segunda categoria conseguiu fazer-lhe frente, mas mais personagens morreram.

Villains United viu os vilões da DC organizarem-se numa sociedade, de modo a enfrentarem obstáculos comuns. Um obstáculo inesperado foi o facto de nem todos os vilões quererem integrar essa sociedade, o que provocou confrontos entre vilões.

The Rann/Thanagar War tomou conta da parte cósmica da DC. Green Lanterns vários, Adam Strange, Hawkman, Hawkgirl, os Omega Men, etc, viram-se envolvidos numa batalha entre planetas, orquestrada por uma entidade maléfica do nível de tipos como o Darkseid e Thanos. Vale a pena ler a mini-série que antecedeu esta guerra, e que já existe em trade paperback (Adam Strange: Planet Heist, com arte excepcional de Pascal Ferry).

The Omac Project, por fim, foi aquela que de algum modo continuou mais a história principal de Countdown que ocasionou a morte do Blue Beetle. O grupo Checkmate apoderou-se do super-satélite Brother Eye, criado pelo Batman, para espionar todos os super-humanos. Munidos de informação critica, e com um exercito de Omacs sentientes em humanos normais, a organização Checkmate promoveu o caos pelas mãos do seu rei negro, Maxwell Lord. Esta história acabou por ter consequências noutros titulos DC, nomeadamente nas 3 personagens mais conhecidas desta editora : Superman, Batman e Wonder Woman. Depois de alguns eventos despoletados por esta história, a relação entre estes três nunca mais será a mesma.

Em 2005 a DC decidiu realçar os pés de barro dos seus heróis.
A desconfiança que o Batman tem dos outros heróis foi levada ao extremo, depois dos eventos de Identity Crisis, em que se descobriu que alguns membros da JLA limparam recordações da mente de supervilões e do próprio Batman, sacrificando códigos de honra em prol da segurança dos seus entes queridos. O Omac Project mostrou como a paranóia do Batman pode afectar a segurança e paz mundial.
O Superman foi-se sentindo cada vez mais alienigena em relação ao planeta que o adoptou. A Wonder Woman viu-se forçada a escolher entre os valores morais que a sua posição na JLA e de embaixadora da ONU lhe obrigam, e os seus ensinamentos de amazona guerreira que lhe permitem aceitar que matar pode ser uma solução. Com tudo isto, o núcleo central da JLA foi afectado e o fim do super-grupo está iminente.

Mas nem tudo foi tristeza, no universo DC. 2005 foi também o ano em que regressaram alguns heróis que tinham sido colhidos pela fria foice da morte. Temos o caso de Hal Jordan, o Green Lantern mais famoso de todos, que regressou em grande estilo graças a Geoff Johns e Carlos Pacheco. Os 3 primeiros numeros do novo titulo Green Lantern são de uma força tremenda. Geoff Johns percebeu bem que mais do que o anel, o que move esta personagem e faz dela um
grande herói é a força de vontade.

Quem regressou também foi a Donna Troy, numa mini-série de antecipação ao grande evento cósmico Infinite Crisis, cujo titulo é precisamente The Return of Donna Troy. O papel dela nesse evento parece similar ao da Harbinger, a assistente do Monitor de Crisis on Infinite Earths, a clássica história dos anos oitenta de Marv Wolfman e George Perez. Depois de ter morrido a combater um robot do Superman na mini-série Graduation Day que deu origem aos titulos Outsiders e Teen Titans actuais, eis que a Donna surge aqui como uma semi-deusa, responsável por reunir heróis para a batalha de Infinite Crisis. Bons desenhos de Phil Jimenez, mas uma história algo confusa.

Quem também regressou do mundo dos mortos, mas com menos espectacularidade, foi Jason Todd, o segundo Robin, que tinha sido morto pelo Joker há vários anos atrás. Surge como o novo vilão Red Hood, nos titulos do Batman, dos quais me tenho mantido afastado por achar muito dispersos e com pouca qualidade. É curioso que Bucky Barnes (sidekick do Captain America) e Jason Todd (sidekick do Batman) tenham regressado no mesmo ano, como vilões.

Em 2005 os titulos do morcego tornaram-se ainda mais dispersos e confusos de acompanhar. Em Detective Comics, correu uma história em 12 partes escrita por David Lapham, o autor de Stray Bullets. Supostamente esta história passou-se antes do bat-crossover do ano anterior, War Games, mas foi interrompida a meio para duas partes de um novo crossover com o titulo Batman, sequela de War Games. Em Gotham Knights usou-se e abusou-se da personagem Hush. Em Legends of the Dark Knights sucederam-se mais histórias sem ligação às demais, com a diferença de que enquanto no passado este titulo era um meio de artistas de nome contarem histórias passadas do homem morcego, agora o titulo encontra-se na cronologia actual. Em Batman, Winnick e Mahnke voltam a por o titulo nos niveis de venda que tinha antes da run de Jeph Loeb e Jim Lee, ou seja, baixos.

Mas a noticia Batman de 2005 foi sem duvida o lançamento do titulo All Star Batman and Robin, the Boy Wonder, que juntou duas super estrelas dos comics : Frank Miller e Jim Lee. Infelizmente, desde que estreou em Julho, ainda só conseguimos ver dois números deste titulo. Mas já deu pra ver que Miller quer levar ao extremo os aspectos mais polémicos da personagem do Batman, começando, porque não, na sua relação com o adolescente Robin. O material ainda é muito pouco para ter uma idéia pessoal mais formada sobre se gosto da história ou não, e da
versão mais bruta e lunática que Miller traz a este Batman.



Não posso terminar este esforço de memória sem dizer qualquer coisa do trabalho de Grant Morrison na DC. No ano passado começou o Seven Soldiers de Morrison. O argumentista tratou de desenterrar algumas personagens secundárias da DC como o Guardian, Zatanna, entre outras. Supostamente esta história iria ser contada em várias mini-séries que, de algum modo, iriam estar relacionadas e iriam ter um grande significado para o universo DC. Penso que talvez a Infinite Crisis tenha ofuscado este evento, mas quem sabe não vamos voltar a ouvir falar mais
dele no futuro.

Por ultimo, mais umas palavras para dizer que em 2005 assistimos ao regresso de artistas que estavam algo afastados das pranchas. J Scott Campbell voltou para desenhar uma equipa de adolescentes - os Wildsiderz, e Joe Benitez apresenta uma história de misticismo guerreiro com muitos monstros à solta em Wraithborn. Quando falo de Campbell não consigo evitar lembrar-me dos seus colegas artistas da imprint Cliffhanger, mesmo caindo um pouco fora do universo DC/Wildstorm. Humberto Ramos está em grande forma na Dark Horse com Revelations, uma história de crime passada no Vaticano escrita por Paul Jenkins, o seu colega de outras guerras aracnideas. Quanto a Joe Madureira foi anunciado no ano passado como o futuro artista da terceira série de Ultimates, onde irá colaborar com Jeph Loeb.

January 2, 2006

Momentos 2005 (Marvel)

E de repente....2006

Ano novo, comics novos. Mas antes de começar a perder-me com todas as novidades que as editoras de comics americanas têm para este ano, apeteceu-me reflectir um bocado sobre o ano passado, e os momentos comics-related que para mim foram mais marcantes em 2005.
Vou começar pela Marvel, por ordem alfabetica ou talvez não ...

Black Panther - o regresso do rei.
Reginald Hudlin e John Romita Jr trazem a personagem Black Panther de volta, com uma série mensal focada na invencibilidade do reino de Wakanda e do seu mais alto representante, o rei Tchalla. É mais uma aposta da Marvel em trazer para o mundo dos comics autores respeitados noutros meios. No caso, Hudlin é considerado um dos realizadores de vanguarda do cinema independente afro-americano, tendo ganho um Students Academy Award em 1983 com o filme House Party. John Romita Jr contribui para o sucesso deste titulo com o dinamismo e carisma da sua arte.

Wolverine - as garras de Millar
Mark Millar e John Romita Jr (cá está ele outra vez) continuaram a fazer com que o titulo Wolverine valesse a pena ser lido. Depois de o tornar o Inimigo do Estado na pele de um assassino impiedoso controlado mentalmente pela Hydra, Millar tornou Wolverine agente da Shield, numa missao de dar caça à Hydra e aos seus aliados ninjas da organização The Hand. A vingança foi servida em 2005, e serviu-se em fatias. SNIKT!

New Avengers - os super-heróis
Brian Michael Bendis e David Finch apresentaram uma nova formação de Avengers, depois dos eventos de Disassembled, cujo principal objectivo é recapturar uma série de super-vilões que fugiram de uma prisão de alta segurança. Sem apoios do governo, mas com uma boa dose de conspiração governamental que inclui a agencia de espionagem SHIELD, New Avengers tem vindo a tornar-se o titulo blockbuster por excelência do universo Marvel normal.




Young Avengers - jovens rebeldes
Mais um titulo derivado de Avengers Disassembled. Allan Heinberg, criador da série O.C. (Na Terra dos Ricos), apresenta uma equipa formada de supostos sidekicks dos Avengers originais. As surpresas são muitas, as personagens são novas e frescas, e este titulo é um digno sucessor em termos de originalidade e fluidez de histórias dos primeiros números de Thunderbolts.

Captain America - o regresso de Bucky
Em 2005 Ed Brubaker apresentou ao publico um grande mistério: quem é o Winter Soldier ? Será mesmo o falecido sidekick do Capitão America na 2a Guerra Mundial, Bucky Barnes ? Tudo indica que sim. Mas como o próprio Brubaker disse, no FIBDA deste ano, a revelação de quem é o Winter Soldier é apenas o inicio da história.





House of M - o crossover
O mega-evento deste ano na Marvel foi o já terminado House of M. Brian Michael Bendis, com a ajuda da Scarlet Witch, criou uma realidade alternativa onde os mutantes mandavam nos humanos. O lider desta realidade dictatorial era nem mais nem menos que Magneto. Todas as personagens tiveram aquilo que mais desejavam, pelo menos durante algum tempo. Spider-Man era casado com Gwen Stacy, e toda a gente o idolatrava (ou quase todos); Magneto era o imperador; Wolverine sabia tudo sobre o seu passado, and so on and so on. A mini-série House of M e os seus efeitos espalharam-se por um sem número de titulos, alguns deles bem escusados (Incredible Hulk, New Thunderbolts). A história até que era interessante, mas como evento "crossoverista" decepcionou-me um pouco pelo facto de ser muito confuso e pouco coeso o universo que pretenderam criar espalhado por uma miriade de titulos. O melhor de tudo foi mesmo o fim da mini-série, quando se descobriu quem era o verdadeiro responsável. O fim de House of M trouxe também o evento que colocou um fim à realidade alternativa, o evento M, que provocou que milhões de mutantes deixassem de o ser. A este momento a Marvel chamou de Decimation, e os seus efeitos já se estão a fazer sentir ao longo de vários titulos mutantes, como New X-Men, Generation M, New Excalibur, XFactor, X-Men Deadly Genesis e, claro, os
demais titulos X.De uma população de milhões de mutantes no planeta, ficaram apenas 198. Os demais não foram dizimados, simplesmente perderam o factor X que os tornava mutantes. É interessante ver o modo como isso afecta algumas personagens, principalmente as mais conhecidas. Algo para seguir com muita atenção em 2006.


Spiderman - o Outro
No ultimo trimestre de 2005 começou uma história que irá continuar em 2006, com repercussões na personagem mais conhecida da Marvel: o Spider-man. The Other é uma história de 12 partes que está a ser contada nos 3 titulos mensais de Spider-Man. Um deles (Friendly Neighbour Spiderman) começou precisamente com esta história, e traz o
regresso do artista Mike Wieringo às páginas do aracnideo, bem como um escritor mais conhecido por brincar com raios gama: Peter David. A história é simples: Peter Parker está a morrer, e procura desesperadamente uma cura. Para ajudar à festa, regressa Morlun, o assassino de totens aranha (não perguntem...).

Em 2005 o titulo Amazing Spider-man piorou, no que diz respeito a interesse. A arte esteve a cargo de Mike Deodato, que apesar de ser um bom artista mais virado para o realismo, tem alguns problemas de storytelling. O argumento também tem sido fraquinho, ao contrário do inicio da run do J. M. Straczinsky. 2005 não foi um ano muito bom para este argumentista. Estreou-se em Fantastic Four, e de novo trouxe a tendência de revelar factos do passado nos quais não vale a pena mexer. Nas primeiras histórias, pretendeu dar uma explicação de porque os raios cosmicos transformaram como transformaram os membros do quarteto fantástico, dando-lhes inclusive alguma intencionalidade. Tal como tinha feito com o Homem Aranha, e as teorias que indicam que a aranha escolheu picar o Peter Parker, mas que já houve outros antes que também foram "chamados" para ser representantes do totem aranha. Ainda relativamente ao Homem Aranha, revelou coisas do passado da Gwen Stacy que indicam que esta teve um caso com o Norman Osborn (Green Goblin), tendo tido filhos dele.
Voltando a Fantastic Four, outra coisa que me desagradou em 2005 foi a arte de Mike McKone nesse titulo, um artista do qual eu gostei bastante em Teen Titans. Continuo a ser da opinião que alguns artistas brilham mais na DC que na Marvel. Tinha como exemplo para esta teoria o trabalho de Tom Grummett em Teen Titans (DC) e em New Thunderbolts (Marvel). Agora tenho mais um exemplo, o Mike McKone.

November 22, 2005

Miguel Montenegro desenha The Intimidators - Corrigido

-- Nota Correctiva: Recentemente soube que devido a divergências com a editora, Miguel Montenegro não vai continuar a ser o artista da série The Intimidators. É pena, mas apenas os dois primeiros números serão desenhados por ele. No site da CentralComics podem ler uma entrevista com o autor onde ele expõe as suas razões.

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Hoje apeteceu-me dar destaque a uma série da Image, que vai sair nos Estados Unidos em Dezembro. A principal razão pela qual acho que merece destaque, é o facto de o artista da série se tratar de um autor português: Miguel Montenegro.

Eu não sou apologista da cultura protecionista que defende que o que é nacional é bom, pelo que não me vão ver a seguir cegamente um artista apenas pelo facto de este ser português. No caso desta série, para além de ter gostado dos previews e das capas que vi na net (principalmente a do número #3, que podem ver acima), gostei também da idéia de Jim Valentino para este título. É claro que, como português amante de comics americanos, é com algum orgulho que vejo um artista do meu país ser publicado nos Estados Unidos.

Basicamente, podemos distinguir dois grandes grupos de tipos de super-heróis. Temos aqueles super-heróis mais clássicos, com valores morais bem grandes, considerados exemplos a seguir - como por exemplo o Superman, ou o Captain America - e temos outro tipo de super-heróis mais modernos, os heróis do novo milénio, com pés de barro, que muitas vezes justificam os meios violentos que usam com os fins que pretendem alcançar. Podemos encontrar este tipo de heróis em titulos como The Authority e Ultimates.

Em The Intimidators, vamos poder ver o que acontece quando um super-herói dito clássico - Astroman - se vê envolvido num grupo de super-heróis estilo Authority. Os Intimidators são um super-grupo semi-patrocinado pelo governo para resolver problemas relacionados com o terrorismo global. O choque é inevitável, e deve gerar situações bem engraçadas de ler.

Criado por Jim Valentino (Shadowhawk), The Intimidators é um título da Image escrito por Neil Kleid (Ninety Candles) em colaboração com o próprio Valentino, e desenhado por Miguel Montenegro. O primeiro número sai em Dezembro, pelo que deve chegar às lojas de cá no inicio do ano que vem.

November 18, 2005

Adeus a Gotham Central


Foi com muita pena que vi na lista de titulos DC a sair em Fevereiro do ano que vem, que a série Gotham Central iria acabar no número 40. Não é o único titulo que irá chegar ao fim em Fevereiro, mas acho que vai ser aquele que mais saudades vai deixar. Isto porque era um titulo diferente dos habituais, e para o qual não estou neste momento a ver que exista um substituto.

Tratava-se de um titulo sobre os detectives do departamento de polícia de Gotham City. Apesar de as histórias se passarem na cidade do Batman, e tanto essa personagem como a sua galeria de vilões ter influência nos vários arcos que decorreram ao longo da série, o destaque era dado aos homens e mulheres da polícia de Gotham, e o modo como estes eram afectados (fisica e psicologicamente) pela existência dos "freaks" de Gotham, termo que eles usavam para descrever não só os bat-vilões mas também o próprio homem-morcego e os seus aliados.
Muito semelhante a séries como Hill Street Blues e NYPD Blues, mês após mês os leitores iam conhecendo melhor as personagens da série, os seus valores e ambições, as suas bravuras e fragilidades, a sua nobreza e os seus podres.

Os criadores desta excelente série foram Greg Rucka e Ed Brubaker, argumentistas excepcionais para este tipo de histórias, que contaram com a arte também muito adequada de Michael Lark. Adequada parece uma palavra muito fraca para descrever o tom urbano, sombrio e realista que Lark deu a esta série, e que se tornou uma caracteristica da mesma. Tanto que se pode dizer que o principio do fim da série deu-se quando Michael Lark deixou de desenhar a mesma. Isto apesar de os artistas que se seguiram (Stephano e Kano) manterem o mesmo tipo de traço na série.

Apesar de ser um titulo que comercialmente rendia pouco, ao que parece o fim da série não foi consequência disso uma vez que os editores da DC comprometeram-se com os criadores a não deixar que as vendas definissem o destino da série. Segundo o próprio Greg Rucka, a decisão de dar um fim à série foi dele, depois de Lark e Brubaker sairem e assinarem acordos de exclusividade com a Marvel. Tal como disse à Newsarama :

I told DC that I wanted to end it,” Rucka said. “It’s delicate and I don’t want to cast anyone in a bad light or have anything I say be misinterpreted as something its not – I think Stephano and Kano have been doing terrific work, but this series started back with issue #1 as something by Ed Brubaker, Michael Lark and myself. For a very long time, we had talked about how this was ‘our thing.’ It was the three of us working together, and we wanted it to remain as such."

“Dan DiDio said to me very early on that he was not going to cancel this book, and cancellation was something that Ed, Michael and I didn’t have to worry about,” Rucka related. “He said that he felt it was an important book for comics, as well as an important book for DC. Our numbers never really soared, and frankly, if DC had wanted to, they could’ve cancelled it due to numbers many times during its run. They didn’t, and we’ll always be grateful to DC for that.“It’s weird, because there is a piece of me that would like to keep going, but there’s a larger piece of me that just didn’t feel it was right to keep it moving when it was the child of three fathers, so to speak, and I was the only one left raising it. We’d started it together, and had said we were all in it together, and when we’re not all there, it’s still Gotham Central, and it’s still a very good book, but it’s just not the same. I think for everyone involved, it was time to put it down, and time to let it go out with some dignity instead of trying to string it along, because don’t know how long I could’ve kept things going without them and still have it be what it was designed to be. Likewise, passing it on to another writer just wouldn’t feel right, for the same reasons.“

“It’s a sorrowful thing. I’m sad to see them go,” Rucka said. “Again, it’s not a rare thing that a book ends, but again, Gotham Central was a unique thing. This kind of book hadn’t been seen before, and I think that was part of the reason why we had such trouble getting and keeping an audience. People didn’t know what to make of it – it had Gotham in the title, but Batman was barely in it. I think that confused certain readers. The audience that we did find though was fiercely loyal to the series, and very passionate about it. I can’t thank them enough – I really can’t. They were there, month in, month out, telling their friends about it, pushing copies on people who didn’t read it. At every show I do, there’s always someone who comes up and says that of everything I write, Gotham Central is by far their favorite. They also say please never let it end…”


Na minha opinião, esta série teria beneficiado muito (a nivel de vendas) se os Trade Paperbacks tivessem sido publicados mais depressa. A verdade é que apesar de ter começado a ser publicado em finais de 2002, só em 2004 é que saiu o primeiro trade da série. Eu considero-me um fã desta série, e o meu primeiro contacto com esta foi em Maio de 2004, quando comprei o primeiro TPB. Tive a sorte de conseguir encontrar back issues de modo a completar os números que me faltavam, e isso incentivou-me a continuar a comprar regularmente este título. Caso não tivesse tido essa sorte, teria de esperar pelo segundo trade, o qual também só saiu recentemente. Com uma politica de publicação de TPB mais atempada, talvez mais leitores tivessem entrado no mundo de Gotham Central. Até porque o tipo de história parece ser mais virado para o tipo de publico que habitualmente se dedica mais aos TPBs que aos comics de 22 páginas.

Mas agora tudo não passam de especulações. O facto é que a série vai acabar, o que é pena. Mas também concordo com a opinião de Rucka, de que não seria a mesma coisa sem os tipos que a criaram. E é preferível a série acabar ainda em graça, do que vê-la cair em desgraça.

November 7, 2005

FIBDA 2005 - até ao ano que vem

E pronto, lá passou mais um FIBDA. Devo dizer que em termos de autores, achei este ano bastante bom em número e variedade artistica dos convidados presentes. Havia para todos os gostos, penso eu. Pelo menos no que toca ao meu gosto não me posso queixar. Autores de comics americanos havia pelo menos 5, graças aos esforços de 2 lojas e uma editora nacional.

A Kingpin-of-Comics trouxe cá Ed Brubaker (Captain America, Sleeper, Catwoman), Cameron Stewart (Seaguy, Catwoman) e Sean Phillips (Sleeper). A presença destes autores foi para mim o momento mais alto e de maior valor neste FIBDA. Ambos os artistas, para além de presentearem os seus fãs (e não só) com sketches, deram umas luzes sobre banda desenhada aos aspirantes a artistas que frequentaram os seus workshops durante o festival.

Cameron Stewart (t-shirt preta, ao centro) durante o workshop

Um deles, o Sean Phillips, trouxe algo de inovador ao FIBDA ao trazer consigo várias pranchas de trabalhos bem recentes dele, que ainda nem foram publicados nos Estados Unidos. Foi muito interessante poder ver os originais da série Marvel Zombies, sobre a qual já falei aqui neste blog.

Sean Phillips

Quanto ao Brubaker, foi igual a si mesmo, sempre muito conversador com o pessoal que o abordava. Outra mais valia introduzida pela Kingpin no programa deste ano foram as "conversas" (não eram bem debates, certo?) com estes autores, que decorreram na pequenissima divisão à qual a organização do FIBDA decidiu chamar de auditório. São sempre oportunidades de ouvir profissionais dos comics falar sobre o meio, e ficar a conhecer até algumas curiosidades engraçadas, como a história que o Ed Brubaker contou de quando era mais novo. Parece que há vários anos atrás, durante uma Comic-Con de San Diego, Brubaker tinha levado um pequeno comic autopublicado por ele para oferecer ao célebre Will Eisner. Este, no meio da confusão habitual que é uma comicon, agarrou no comic do Brubaker, assinou-o como se fosse dele, e devolveu-o ao Brubaker que ficou sem saber o que dizer. Próóóximo....

Convidado pela Mongorhead, também esteve cá o Liam Sharp (The Possessed, Spawn: The Dark Ages), de regresso ao FIBDA, 5 anos depois da sua última visita a este festival. Curioso, Steve Vai e Eric Sardinas tocaram na sexta-feira passada na Aula Magna, também 5 anos depois de terem dado um concerto nesse mesmo local. E que grande concerto, mais uma vez. Mas isso é outra conversa... A fila para sketches do Liam Sharp era das que andava mais devagar, mas não era de admirar. Bastava olhar para os excelentes desenhos que o pessoal orgulhosamente mostrava ao sair da fila, para perceber que Sharp se estava a esmerar.

Liam Sharp

Por fim, ainda dentro do campo dos comics, uma agradável surpresa pela mão da Devir: a presença no festival de Leandro Fernandez, artista recente de titulos da Marvel como Punisher, Wolverine e Hulk. E foram sobre esses personagens que recairam mais pedidos de sketches.
Foi pena não ter vindo também o Essad Ribic, como estava anunciado. As suas capas de Wolverine são verdadeiras obras de arte, e o seu estilo mais europeu que americano pode ser comprovado em titulos como The Brotherhood (já lá vão uns anos), e mais recentemente num par de números de Ultimate X-Men, onde introduz a versão ultimate da personagem Gambit.

Mas e tirando os autores convidados - cuja zona de autográfos estava muito bem estruturada - que tal foi o FIBDA deste ano ? Bem, se formos por aí, acho que se pode dizer que foi fraquinho. Tirando uma ou outra, as exposições não tinham o glamour ou personalidade de outros anos. A que me pareceu mais convidativa foi a do Cameron Stewart, que tinha cores chamativas mas não berrantes, e reproduções em mural de desenhos do autor.

Um dos 3 painéis da exposição de Cameron Stewart

Outra que tinha uma decoração interessante era a do artista Vittorio Giardino. Mas a maior parte, como a dos artistas convidados pela Devir, limitavam-se a ser um conjunto de pranchas pendurados numa parede. Bem sei que não se deve julgar um livro pela capa, mas num mundo como o da BD, onde a parte visual é muito importante, a apresentação das obras também conta para o realçar das mesmas.

Exposição de Vittorio Giardino

E que mais há a dizer sobre o FIBDA deste ano ? O recinto em si continua a não ter um ambiente agradável. É muito abafado e quente. Dá idéia que não tem qualquer tipo de ventilação, pois o número de pessoas presentes não era assim tão grande pra provocar tamanho calor. Vezes houve em que o número de pessoas pertencentes à organização me pareceu maior que o número de visitantes.

E para terminar, resta-me dizer qualquer coisa sobre uma actividade que tem vindo a tomar um lugar de grande destaque no FIBDA, nem que não seja pela barulheira que causa: a competição de cosplay. Eu até acho engraçado ver pessoal mascarado de personagens de Manga e Anime, mas algo me diz que podia ser melhor aproveitado este costume. Pareceu-me muito abandalhado, muito grito em palco. Mais uma vez, há que dar mais valor à imagem.

Full Metal Alchemist cosplayer