November 7, 2005

FIBDA 2005 - até ao ano que vem

E pronto, lá passou mais um FIBDA. Devo dizer que em termos de autores, achei este ano bastante bom em número e variedade artistica dos convidados presentes. Havia para todos os gostos, penso eu. Pelo menos no que toca ao meu gosto não me posso queixar. Autores de comics americanos havia pelo menos 5, graças aos esforços de 2 lojas e uma editora nacional.

A Kingpin-of-Comics trouxe cá Ed Brubaker (Captain America, Sleeper, Catwoman), Cameron Stewart (Seaguy, Catwoman) e Sean Phillips (Sleeper). A presença destes autores foi para mim o momento mais alto e de maior valor neste FIBDA. Ambos os artistas, para além de presentearem os seus fãs (e não só) com sketches, deram umas luzes sobre banda desenhada aos aspirantes a artistas que frequentaram os seus workshops durante o festival.

Cameron Stewart (t-shirt preta, ao centro) durante o workshop

Um deles, o Sean Phillips, trouxe algo de inovador ao FIBDA ao trazer consigo várias pranchas de trabalhos bem recentes dele, que ainda nem foram publicados nos Estados Unidos. Foi muito interessante poder ver os originais da série Marvel Zombies, sobre a qual já falei aqui neste blog.

Sean Phillips

Quanto ao Brubaker, foi igual a si mesmo, sempre muito conversador com o pessoal que o abordava. Outra mais valia introduzida pela Kingpin no programa deste ano foram as "conversas" (não eram bem debates, certo?) com estes autores, que decorreram na pequenissima divisão à qual a organização do FIBDA decidiu chamar de auditório. São sempre oportunidades de ouvir profissionais dos comics falar sobre o meio, e ficar a conhecer até algumas curiosidades engraçadas, como a história que o Ed Brubaker contou de quando era mais novo. Parece que há vários anos atrás, durante uma Comic-Con de San Diego, Brubaker tinha levado um pequeno comic autopublicado por ele para oferecer ao célebre Will Eisner. Este, no meio da confusão habitual que é uma comicon, agarrou no comic do Brubaker, assinou-o como se fosse dele, e devolveu-o ao Brubaker que ficou sem saber o que dizer. Próóóximo....

Convidado pela Mongorhead, também esteve cá o Liam Sharp (The Possessed, Spawn: The Dark Ages), de regresso ao FIBDA, 5 anos depois da sua última visita a este festival. Curioso, Steve Vai e Eric Sardinas tocaram na sexta-feira passada na Aula Magna, também 5 anos depois de terem dado um concerto nesse mesmo local. E que grande concerto, mais uma vez. Mas isso é outra conversa... A fila para sketches do Liam Sharp era das que andava mais devagar, mas não era de admirar. Bastava olhar para os excelentes desenhos que o pessoal orgulhosamente mostrava ao sair da fila, para perceber que Sharp se estava a esmerar.

Liam Sharp

Por fim, ainda dentro do campo dos comics, uma agradável surpresa pela mão da Devir: a presença no festival de Leandro Fernandez, artista recente de titulos da Marvel como Punisher, Wolverine e Hulk. E foram sobre esses personagens que recairam mais pedidos de sketches.
Foi pena não ter vindo também o Essad Ribic, como estava anunciado. As suas capas de Wolverine são verdadeiras obras de arte, e o seu estilo mais europeu que americano pode ser comprovado em titulos como The Brotherhood (já lá vão uns anos), e mais recentemente num par de números de Ultimate X-Men, onde introduz a versão ultimate da personagem Gambit.

Mas e tirando os autores convidados - cuja zona de autográfos estava muito bem estruturada - que tal foi o FIBDA deste ano ? Bem, se formos por aí, acho que se pode dizer que foi fraquinho. Tirando uma ou outra, as exposições não tinham o glamour ou personalidade de outros anos. A que me pareceu mais convidativa foi a do Cameron Stewart, que tinha cores chamativas mas não berrantes, e reproduções em mural de desenhos do autor.

Um dos 3 painéis da exposição de Cameron Stewart

Outra que tinha uma decoração interessante era a do artista Vittorio Giardino. Mas a maior parte, como a dos artistas convidados pela Devir, limitavam-se a ser um conjunto de pranchas pendurados numa parede. Bem sei que não se deve julgar um livro pela capa, mas num mundo como o da BD, onde a parte visual é muito importante, a apresentação das obras também conta para o realçar das mesmas.

Exposição de Vittorio Giardino

E que mais há a dizer sobre o FIBDA deste ano ? O recinto em si continua a não ter um ambiente agradável. É muito abafado e quente. Dá idéia que não tem qualquer tipo de ventilação, pois o número de pessoas presentes não era assim tão grande pra provocar tamanho calor. Vezes houve em que o número de pessoas pertencentes à organização me pareceu maior que o número de visitantes.

E para terminar, resta-me dizer qualquer coisa sobre uma actividade que tem vindo a tomar um lugar de grande destaque no FIBDA, nem que não seja pela barulheira que causa: a competição de cosplay. Eu até acho engraçado ver pessoal mascarado de personagens de Manga e Anime, mas algo me diz que podia ser melhor aproveitado este costume. Pareceu-me muito abandalhado, muito grito em palco. Mais uma vez, há que dar mais valor à imagem.

Full Metal Alchemist cosplayer

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