October 29, 2004

Mais FIBDA 2004



Também eu fui "passear" ao FIBDA no primeiro sábado da exposição, e não posso dizer que não tenha valido a pena. Vale sempre a pena ir a um evento de BD, mesmo um como o FIBDA, que ano após ano vem, na minha opinião, a decrescer em interesse.
Continua a ser o maior evento de BD que temos em Portugal, mas também é praticamente o único, pelo que isso também não é muito abonatório.

O cartaz deste ano deixou-me a pensar...A primeira vez que o vi foi de relance, de carro, e pensei para comigo: "Que diabo...então num ano em que os comics estão quase completamente ausentes do evento, o cartaz é comics-inspired? Isso é que é publicidade enganosa..."

Mas analisando mais de perto, percebi melhor a mensagem. Um super-herói a rasgar o uniforme mostrando camisa e gravata só pode querer dizer que este ano o FIBDA decidiu cortar de vez com a temática dos super-heróis. Assim sim, faz sentido. Mas depois vi imagens da inauguração com pessoas disfarçadas de super-homem, homem-aranha, catwoman...enfim...voltei a ficar com a idéia de que afinal os super-heróis continuam no FIBDA, não com o destaque que a meu ver mereciam, mas pelo menos como elementos de marketing e publicidade fácil para atrair mais pessoas ao evento. Sigh.

Mas deixando as suposições e análises de lado e caindo na real, aquilo que posso dizer da minha visita ao FIBDA é que fiquei muito decepcionado com a falta de organização do evento. As desculpas de ser o primeiro fim de semana não são suficientes para a quantidade de falhas que havia. E quais foram ?

- Falta de luz nas exposições. A primeira que visitei foi a do autor que me levou ao FIBDA nesse fim de semana, o Seth Fisher. Dele falarei mais à frente. A exposição deste autor estava, simplesmente, na penumbra. Mas não era a única...

- A zona comercial estava dividida em duas classes: a Alta e a Baixa. Na Alta tinhamos uma autêntica loja ambulante da Asa. Bem iluminada, com espaço, chão alcatifado...enfim, um luxo. Na Baixa estavam os restantes estabelecimentos comerciais, ao estilo barraca de Feira do Livro, mas sem iluminação própria. Valeu que a iluminação das galerias do metro ainda dava para ver alguma coisa. Mas penso que isso foi resolvido depois, pois durante toda a tarde de sábado vi bastantes electricistas com escadotes a ligar fios. Bonita imagem, hem ?

- Exposições sem identificação do autor/autores. A meia luz, lá fui tentando ver algumas das exposições presentes. Vi uma que pelo programa penso que se tratava do grupo de autores da Serra da Estrela (Jose Ruy, etc). Sai e entrei várias vezes do recinto à procura do nome da exposição, mas nada. Ao lado dessa estava outra na mesma situação, ou seja, sem nome.

- Páginas de BD na exposição 100 anos de BD mal identificadas ou ausentes. A idéia das colunas estava engraçada, com elementos decorativos relativos à BD em causa (elmo do Asterix, boneco do Lucky Luke, a máscara do Batman, etc), mas era um bocado dificil uma pessoa orientar-se naquele labirinto. Fiquei com a impressão de que deixei de ver algumas pranchas por pensar que por ali já tinha ido. E outras houve em que simplesmente não havia prancha na coluna. Um exemplo de falha na identificação saltou à vista, quando uma página do Batman desenhada pelo Norm Breyfogle aparecia catalogada como sendo de Frank Miller.

- Desconhecimento por parte do staff da organização dos eventos que estavam no programa. Consegui convencer um amigo meu a ir comigo ao workshop do Seth Fisher, e assim levá-lo a conhecer o FIBDA deste ano. Quando ele lá chegou perguntou na entrada onde era o workshop de BD, e ninguém lhe sabia dizer. "Workshop? Não deve ser aqui." Não admira que não soubessem, uma vez que à hora de inicio do workshop ainda não sabiam em que lugar do recinto este iria ter lugar. Lá se arranjaram umas mesas à pressa, para levar para o auditório.

- Anunciar dos eventos ? Yeah, right. Workshop e conferências eram anunciadas a pedido insistente dos intervenientes, bem depois de terem começado, e as sessões de autografos por vezes eram anunciadas com nomes de autores que nem sempre estavam presentes. What? Ah pois, era o primeiro fim de semana. A confusão, meu Deus, a confusão...

- Voltando à conferência em que estiveram presentes David Soares e Seth Fisher, no auditorio, lá se perdeu a apresentação do autor português graças a inexistência de um projector que funcionasse. Acabei por ficar sem perceber muito bem o que um ensaio sobre a BD e literatura teria a ver com o "panorama actual dos comics made in USA, novos desafios...", que estava anunciado como tema para a conferência.

Enfim, uma grande balda bem à portuguesa, dirão alguns. Vá lá que tiveram a decência de não cobrar bilhetes nesse dia, face à falta de condições que foram apresentadas.

Então, com tudo isto, porque é que comecei por dizer que valeu a pena lá ir ?
Bem, porque aquilo que lá me levou foi precisamente a workshop do Seth Fisher, autor que a Kingpin-of-Comics trouxe a Portugal este ano. Achei a workshop muito interessante. O autor é muito simpático, ainda que um pouco excêntrico, e conseguiu transmitir bem as suas idéias para os "aspirantes" a artistas. Na conferência gostei de o ouvir falar sobre o modo como os japoneses lêem, vêem, vivem a banda desenhada, seja ela comics, manga ou outros estilos. Espaços estilo cybercafé mas de Comics ? Fiquei com vontade de visitar o Japão.

Quanto ao FIBDA...conto voltar a visitá-lo no último fim de semana, mas por outras razões. Afinal os super-heróis sempre vão ter direito a alguma atenção no FIBDA deste ano. Se não nas exposições nem nos artistas convidados, pelo menos em jogos inspirados por estes. Ainda bem que no meio disto tudo ainda há alguém com espirito irredutivel, quase gaulês, que vai dando oportunidade a estas personagens de terem algum destaque neste tipo de eventos. Obrigado Mário.

October 27, 2004

Passeio pelo FIBDA

Como avisámos por aqui a semana passada, o FIBDA já começou, e este sábado decidi-me a ir lá. Como a localização do espaço principal mudou em relação a anos anteriores, ainda tive de dar algumas voltas (fui de carro) até lá chegar. Felizmente, havia, como sempre, muitos placares a indicar as direcções a seguir e foi simples chegar ao local. O estacionamento também foi fácil, num parque ao lado da entrada para o metropolitano que contém as galerias onde o festival se instalou.

Quando entrei, a primeira impressão que tive foi de que o tecto estava baixo demais. Não o suficiente para ser opressivo, mas o suficiente para tirar alguma da sensação de espaço aberto que penso que deve sempre haver neste tipo de eventos. Não me pareceu, no entanto, que as outras pessoas sentissem o mesmo, por isso deve ser alguma leve sinal de claustrofobia da minha parte...

A primeira zona que visitei foi a das bancas das lojas e editoras (Mongorhead, Kingpin, BDMania, Devir, etc), que me pareceram mais bem montadas que nos anos anteriores. Ainda assim, neste dia pelo menos, ainda estavam com alguns ligeiros problemas técnicos. Mas ignorando esse pormenor, há bastante coisa para ver e comprar. Comics, livros, t-shirts ou miniaturas, há de tudo um pouco e algumas das promoções são de aproveitar.

Dei depois uma volta pelos vários espaços de exposição - temáticas, dedicadas a artistas em particular ou relacionadas com o concurso deste ano. Confesso que não vi nada com muita atenção, mas é porque tenciono voltar ao FIBDA noutro dia, com mais calma e sossego, para apreciar as obras expostas sem grandes pressas. De qualquer maneira, achei o espaço das exposições um pouco confuso. Está separado por alguns corredores, também com material exposto, mas a ordem (se é que há alguma ordem) a seguir não é muito clara. Não que seja obrigatório haver alguma ordem, claro, mas ajuda uma pessoa a orientar-se e saber o que já viu e o que tem para ver.

Também visitei o auditório, onde irão decorrer debates e palestras, e que me pareceu um pouco inacabado. Estive lá primeiro para uma pequena mas interessante work-shop de desenho dada pelo Seth Fisher, onde ele deu umas noções básicas de desenho de personagens, espaços e perspectiva, para além de falar de alguns truques que utiliza para obter certos efeitos na página. Voltei depois para uma palestra com o David Soares (que infelizmente viu a sua apresentação prejudicada por um retroprojector que se recusou a dar à luz) e, de novo, com o desenhista norte-americano (Seth Fisher falou agora de manga, do mercado dos comics norte-americanos e da sua vivência pessoal no Japão, onde reside).

Nessa tarde decorreram sessões de autógrafos com, entre outros, o genial José Carlos Fernandes (para quando um novo volume d'A PIOR BANDA DO MUNDO?), Seth Fisher e Bryan Talbot. Este último, com um look de gentleman (mas de botas estilo cowboy pretas!) pareceu-me um pouco ignorado, pelo menos em relação aos outros autores presentes.

E penso que não há muito mais a dizer. Apesar dos pequenos defeitos e problemas que encontrei (alguns motivados, de certeza, por ser o fim-de-semana inaugural e já resolvidos entretanto), o FIBDA continua a ser o maior evento de banda-desenhada em Portugal e duvido que alguém lá vá e saia achando que foi uma perca de tempo.

Mais comentários depois da próxima visita...

October 24, 2004

Terrores Nocturnos.



NIGHTCRAWLER #1
Escrito por Roberto Aguirre-Sacasa
Desenhado por Darick Robertson
Editado pela Marvel

Tal como os Beatles, aqui há atrasado, dá toda a sensação que os X-Men se separaram e todos resolveram seguir os seus projectos a solo. Na verdade, estas personagens não foram ví­timas de maquiavélicas tricas yoko-onescas, mas sim de filosofias editoriais bem mais óbvias. Sacrificando todas as leis de continuidade e de coesão, as populares personagens dos X-Men têm-se desdobrado ultimamente em séries e mini-séries a solo, praticando a omnipresença com evidente desdém por aqueles a quem a boa e velha "suspension of disbelief" já não chega para explicar tudo. Nightcrawler não escapou à enxurrada e aparece agora o número de estreia de uma série que se exige que seja longa e de boa qualidade. Digo eu, já que se trata da minha personagem favorita do universo Marvel, e choro se as coisas não estão exactamente como eu gosto.

Como equipa criativa, temos o contributo no argumento do dramaturgo tornado profissional de comics Roberto Aguirre-Sacasa. É o meu primeiro contacto com o trabalho dele, e a primeira impressão não é das melhores, infelizmente. Tendo em conta que este é o primeiro número da série, fundamental para agarrar o público, seria de esperar uma história mais interessante. Por outro lado, tendo também em conta ser este o número um de Nightcrawler, poderá ser injusto tomá-lo pelo todo. Para já, poder-se-á dizer que existe uma imensa margem de progressão, e esperar que o argumento a cumpra nos números seguintes.

Uma tragédia aconteceu numa ala de psiquiatria infantil num hospital de Nova Iorque, onde uma quantidade estúpida de crianças especiais aparece morta numa enfermaria sob circunstâncias misteriosas. O corriqueiro, nestas situações. A única testemunha é Seth, a criança que foi a única sobrevivente do que quer que tenha acontecido naquela enfermaria quando ninguém estava a olhar. Seth é também o principal suspeito. Na hipótese de ele ser um mutante, Kurt Wagner, o mutante de serviço, é enviado para averiguar o que se passou.

No que Aguirre-Sacasa parece falhar é na previsibilidade, pelo menos aparente, desta história, com alguns lugares-comuns que estão escritos de uma forma rotineira, sem surpresas quer em termos de enredo, quer no que toca a personagens. Estas aparecem aqui apenas como elementos meramente funcionais e estereotipados, como o director de serviço com a atitude suspeita, a enfermeira de saia curta, o vigilante que não está a dizer tudo o que sabe, e a criança autista com a atitude renitente em relação à comunicação verbal. Além disso, embora o Nightcrawler seja uma personagem dada a ocasionais momentos reflectivos, não é de todo uma personagem sorumbática, e ela aqui parece-me demasiado deslocada.

No capítulo da arte, nada a apontar. Darick Robertson transfere-se da série "Wolverine" para esta, no que muitos poderiam ver como uma despromoção, mas eu até acho que o estilo suave dele funcionará melhor com o Nightcrawler. Há uma ênfase nos ambientes escuros, para tirar partido da capacidade de camuflagem do herói, e gosto sobretudo da forma simples e realista com que Robertson o desenha em quase todos os momentos, expressando bem a sua vulnerabilidade.

Como escrevi acima, o problema em "Nightcrawler #1" não é da arte, e talvez não exista nenhum problema, a longo prazo. Roberto Aguirre-Sacasa tem sido elogiado pelo trabalho que faz em "4", a série dos Fantastic Four que sai pela Marvel Knights e que eu ainda não tive oportunidade de ler. Fico na esperança que "Nightcrawler" ganhe em interesse e em movimento, e que os diálogos apareçam mais fluidos daqui em diante, e que a série se torne no que a personagem merece que seja.

QUOTE "Do you believe in evil, Mr. Wagner? True evil?"

October 22, 2004

Figurinha de ampulheta.


BLACK WIDOW #1 (de 6)
Escrito por Richard K. Morgan
Desenhado por Bill Sienkiewicz
Editado pela Marvel Knights

Natasha Romanova, a. k. a. Black Widow. Ex-bailarina. Ex-agente do KGB. Ex-super-heroína. Ex-agente da SHIELD. Um currículo demasiado intricado e misterioso, em que as únicas constantes poderão mesmo ter sido o ruivo natural do seu cabelo e a facilidade com que fazia inimigos por onde quer que passasse. Aqueles que ela não matou enquanto operacional hiperactiva, agora reemergem para a matar a ela, tal e qual como vem estipulado n’O Grande Livro das Regras da Espionagem e do Recalcamento.

Eternamente jovem e ainda com a figurinha de ampulheta, Natasha planeava viver os anos de reforma na clandestinidade que as paisagens desoladas do Arizona lhe ofereciam, tendo a insónia como penitência e substituta do sono, e o montanhismo como antídoto para as noites em branco. Quando um turista louro leva a cabo uma tentativa de assassinato espontâneo da sua pessoa numa estrada convenientemente perdida, a Viúva Negra desconfia que o passado tenta uma vez mais tecer a sua teia à sua volta, da pior maneira possível. A violência regressa à vida de Natasha e, como sempre, ela acabará por ser a responsável por grande parte da sua intensidade.

Esta é a premissa da nova mini-série da Black Widow e, admitindo que não seja sequer muito original à partida, a forma como o escritor britânico Richard K. Morgan mete mãos à obra torna a história numa leitura viva e entusiasmante. Os diálogos estão lá, e o ritmo também, e a direcção da história não é totalmente evidente neste primeiro número, o que é sempre bom numa história de espionagem e suposta vingança. É a primeira tentativa no campo dos comics books pelo galardoado autor do romance noir futurístico “Altered Carbon”, que recebeu o prémio Phillip K. Dick em 2003. E, a julgar apenas por este número de estreia, podemos estar na presença de um talento que seria válido, e até necessário, para o meio. Há muito tempo que não chegava ao fim de um comic book com aquela sensação de impaciência, de querer, e não me apetecer esperar um mês inteiro para, saber o que acontece a seguir.

Mas se o argumento satisfaz em toda a linha, o que me levou a comprar este comic, à parte do facto de ter uns trocos soltos a fazerem demasiado barulho no meu bolso da última vez que estive na BDMania, foi a arte do veterano Bill Sienkiewicz. Em “Black Widow”, Sienkiewicz compromete alguma da sua estética mais liberal e tão apreciada, e retrocede algumas casas na direcção do estilo mais clássico dos seus tempos de Moon Knight, mas parando magistralmente a meio caminho, bem a tempo de ganhar em termos de sequência gráfica e storytelling, exibindo à mesma o gosto pelo tracejado e pelos negros que o facto de ser o seu próprio arte-finalista lhe permite manter. Vale a pena ainda notar as cores de Dan Brown que se ajustam ao ambiente vincado já de si criado pela arte de Sienkiewicz, sem parecerem nem redundantes nem ineficazes. Claro que, se Sienkiewicz pintasse esta série, sem dúvida seria um produto final ainda mais atractivo, mas talvez perdêssemos a hipótese de matarmos saudades do traço mais clássico do artista.

Assim como está, “Black Widow” arrisca-se a relançar uma das personagens da Marvel com maior potencial para temáticas mais adultas, e a importar para a indústria mais um escritor de talento do chamado mainstream.

QUOTE “…His blood runs out into the desert… and the sand drinks it up… and he doesn’t say a word. It takes him over an hour to die. And he doesn’t say a damned word. Old school. It seems I’m in trouble.”

Festival de BD da Amadora: dois destaques

Começa hoje a 15ª edição do Festival de BD da Amadora. De entre os diversos convidados, destaco dois mais ligados aos comics norte-americanos...

Seth Fisher é um desenhista que tem feito vários trabalhos para a editora DC Comics, como HAPPYDALE, GREEN LANTERN: WILL WORLD, FLASH: TIME FLIES, DOOM PATROL (imagem abaixo) e VERTIGO POP: TOKYO. É um artista com um traço original, que tem uma linha limpa, fina e segura (não costuma deixar nada por definir na página) e com um talento especial para "composição espacial". Gosto bastante do trabalho dele e estou bem curioso em ver a exposição que lhe dedicaram no festival.

Bryan Talbot é um veterano argumentista e desenhista. É o responsável por THE ADVENTURES OF LUTHER ARKWRIGHT (uma obra visionária iniciada em 1978 e fortemente inspirada na obra literária de Michael Moorcock), a sua continuação HEART OF EMPIRE e TALE OF ONE BAD RAT (uma graphic-novel bastante premiada). Trabalhou também em SANDMAN, BATMAN: LEGENDS OF THE DARK KNIGHT e FABLES. Apesar de respeitar o Talbot e ter gostado bastante de THE ADVENTURES OF LUTHER ARKWRIGHT e HEART OF EMPIRE, os desenhos dele nem sempre me caem bem, não sei bem explicar porquê...

Mais informação sobre o festival aqui e aqui. Se alguém descobrir o site oficial do festival (se é que há um site oficial) que avise, sff.

New Thunderbolts

Howdy!

Tal como Scott Kolins, Tom Grummett é um artista cujos trabalhos na Marvel (Avengers/Thunderbolts, por exemplo) não têm tido o mesmo impacto visual que tinha em titulos DC como os Titans, e mesmo em alguns números de Power Company. E tal como o Kolins com o futuro Marvel Team Up, Grummett promete vir a deixar a sua marca na Marvel também, pelo que se vê num preview do New Thunderbolts #1.



Wow, que imagem. Ok, pronto, eu admito que qualquer desenho bem feito com a Brooklyn Bridge me impressiona. Estou-me a lembrar do Bachalo em Ultimate War, por exemplo. Mas que isto promete, promete.

Podem ver a página completa, mais páginas e alguns comentários dos argumentistas Fabian Nicieza e Kurt Busiek no artigo da Pulse.

October 18, 2004

Uncanny X-Men 450



A imagem acima é a capa do Uncanny 451, mas para aquilo que eu quero dizer em relação ao 450, serve.

Não há necessidade de spoilers, pois não vou revelar nada de importante para a história. Apenas gostava de chamar à atenção para algo que aprecio muito no modo como Chris Claremont escreve X-Men, e que são as "pequenas coisas".

Por vezes surgem na forma de diálogo, como numa cena em que Logan e Ororo estão à entrada de um teatro na Broadway e o velho "canuckle head" comenta "That kid Jackman reminds me of me", ao que Ororo responde "Why Logan, do you sing and dance?". Hugh Jackman, o actor que interpreta Wolverine no cinema, esteve durante alguns meses a fazer um musical na Broadway, "The Boy From Oz", onde canta e dança como um verdadeiro profissional. Acho que chegou a ganhar um Tony, os oscares do teatro musical, e quanto a mim foi bem merecido. O homem é realmente fantástico no papel de Peter Allen. Um verdadeiro entertainer. Oxalá saisse esse musical em DVD.

Mas voltando ao comic, aqui está Claremont a introduzir situações da vida real num universo de ficção, ajudando a dar mais realismo e dimensão às personagens sobre as quais escreve há anos.

Outra gema, trata-se do uniforme que a personagem X23 tem na imagem acima, e de mais um comentário feito pelo Logan - "Nice costume". O engraçado da coisa é que aquele é o uniforme de Fang, uma personagem que fazia parte da Shi'ars Imperial Guard. Quando os X-Men ajudaram a Lilandra a derrotar o seu demente irmão, D'ken, que pretendia usar o cristal M'krann para dominar o universo e arredores, Logan derrotou Fang e acabou por regressar à Terra com o uniforme deste, uma vez que o seu tinha ficado em pedaços.

Sem ser essencial para curtir a história actual, Claremont consegue com este tipo de pequenas coisas adocicar a história para os leitores mais antigos, quase que a dizer: "hey, eu sei que vocês andam por aí. Este é o mesmo Logan dessa altura. Estejam descansados que o passado existiu tal como o conheceram."





Free Comic Book Days na BDMania



De 16 a 23 de Outubro vai decorrer na BDMania a semana Free Comic Book.
Durante essa semana todos os visitantes vão levar pelo menos um comic book grátis para casa, sem ter de comprar nada. Depois dependendo das compras podem ganhar mais. Vão existir várias promoções, lançamentos e sessões de autógrafos, que podem consultar no site da loja

http://www.bdmania.pt

October 13, 2004

Mr Kolins, Mr Kolins



Em Novembro volta uma série clássica da Marvel, o Marvel Team-Up.
Este é o tipico titulo de entretenimento em que se juntam personagens conhecidas, enfrentam-se um ao outro no inicio, e depois juntos combatem um ou vários inimigos comuns. Em termos de história ninguém está à espera de alterações profundas em qualquer uma das personagens. Nem isso, nem grandes arcos, subplots, ou o que quer que seja.

Serão concerteza histórias feitas para entreter os leitores, e que por essa razão têm de os cativar pela outra metade de todos os comics: a arte.

Quando soube que quem ia desenhar esta série era o Scott Kolins, perdi o interesse. Gostei do trabalho dele em Flash, mas na Marvel parece que não há desenhos, só esboços. Veja-se o que ele fez em Avengers, por exemplo....

Mas as imagens que vi na net estão a fazer com que mude de opinião. Kolins parece ter voltado aos excelentes backgrounds que eram caracteristica do seu trabalho em Flash. A arte final também ajuda a definir mais o traço. Enfim, está muito melhor.

Mais imagens em
http://www.comicbookresources.com/news/newsitem.cgi?id=4288

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Passaporte

October 12, 2004

LerComics - um novo capítulo

Começa aqui um novo capítulo da LerComics, desta vez em formato Blog.

Nos dias que correm, está na moda ter Blogs, e como todos sabem eu sou uma pessoa que dá muita importância às modas, logo ... :)

Mas brincadeiras à parte, o facto é que o antigo formato da LerComics, o de mailing list, deixou de fazer sentido há vários meses atrás, uma vez que poucas ou nenhumas mensagens eram trocadas entre os membros da lista. As mensagens eram invariavelmente monólogos sobre este ou aquele titulo que alguém lera, e uma ou outra notícia que eu insistia em mandar para as mailboxes dos membros da lista. Ora conteúdos desses, ficam bem é num Blog.

Eu devia ter mais juízo, e deixar de me meter nestas aventuras na Internet. Mas infelizmente é mais forte do que eu, e mesmo que seja para o boneco, não consigo parar de falar de Comics. Como não posso estar sempre a chatear as mesmas pessoas nas lojas da especialidade, resta-me usar o poço sem fundo que é a Internet para comentar, criticar, anunciar, noticiar, apontar tudo e mais uma coisa que diga respeito a estas pequenas obras de 22 páginas - os Comics.


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Passaporte