October 27, 2004

Passeio pelo FIBDA

Como avisámos por aqui a semana passada, o FIBDA já começou, e este sábado decidi-me a ir lá. Como a localização do espaço principal mudou em relação a anos anteriores, ainda tive de dar algumas voltas (fui de carro) até lá chegar. Felizmente, havia, como sempre, muitos placares a indicar as direcções a seguir e foi simples chegar ao local. O estacionamento também foi fácil, num parque ao lado da entrada para o metropolitano que contém as galerias onde o festival se instalou.

Quando entrei, a primeira impressão que tive foi de que o tecto estava baixo demais. Não o suficiente para ser opressivo, mas o suficiente para tirar alguma da sensação de espaço aberto que penso que deve sempre haver neste tipo de eventos. Não me pareceu, no entanto, que as outras pessoas sentissem o mesmo, por isso deve ser alguma leve sinal de claustrofobia da minha parte...

A primeira zona que visitei foi a das bancas das lojas e editoras (Mongorhead, Kingpin, BDMania, Devir, etc), que me pareceram mais bem montadas que nos anos anteriores. Ainda assim, neste dia pelo menos, ainda estavam com alguns ligeiros problemas técnicos. Mas ignorando esse pormenor, há bastante coisa para ver e comprar. Comics, livros, t-shirts ou miniaturas, há de tudo um pouco e algumas das promoções são de aproveitar.

Dei depois uma volta pelos vários espaços de exposição - temáticas, dedicadas a artistas em particular ou relacionadas com o concurso deste ano. Confesso que não vi nada com muita atenção, mas é porque tenciono voltar ao FIBDA noutro dia, com mais calma e sossego, para apreciar as obras expostas sem grandes pressas. De qualquer maneira, achei o espaço das exposições um pouco confuso. Está separado por alguns corredores, também com material exposto, mas a ordem (se é que há alguma ordem) a seguir não é muito clara. Não que seja obrigatório haver alguma ordem, claro, mas ajuda uma pessoa a orientar-se e saber o que já viu e o que tem para ver.

Também visitei o auditório, onde irão decorrer debates e palestras, e que me pareceu um pouco inacabado. Estive lá primeiro para uma pequena mas interessante work-shop de desenho dada pelo Seth Fisher, onde ele deu umas noções básicas de desenho de personagens, espaços e perspectiva, para além de falar de alguns truques que utiliza para obter certos efeitos na página. Voltei depois para uma palestra com o David Soares (que infelizmente viu a sua apresentação prejudicada por um retroprojector que se recusou a dar à luz) e, de novo, com o desenhista norte-americano (Seth Fisher falou agora de manga, do mercado dos comics norte-americanos e da sua vivência pessoal no Japão, onde reside).

Nessa tarde decorreram sessões de autógrafos com, entre outros, o genial José Carlos Fernandes (para quando um novo volume d'A PIOR BANDA DO MUNDO?), Seth Fisher e Bryan Talbot. Este último, com um look de gentleman (mas de botas estilo cowboy pretas!) pareceu-me um pouco ignorado, pelo menos em relação aos outros autores presentes.

E penso que não há muito mais a dizer. Apesar dos pequenos defeitos e problemas que encontrei (alguns motivados, de certeza, por ser o fim-de-semana inaugural e já resolvidos entretanto), o FIBDA continua a ser o maior evento de banda-desenhada em Portugal e duvido que alguém lá vá e saia achando que foi uma perca de tempo.

Mais comentários depois da próxima visita...

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