January 18, 2006

X-Men Legends II: Rise of Apocalypse

A sequela do jogo X-Men Legends dá-nos de novo a hipótese de controlar equipas de X-Men (4 personagens de cada vez), num RPG cheio de acção e poderes mutantes. O fim do primeiro jogo, em que se vê aparecer o Apocalypse, fazia adivinhar qual seria o tema desta sequela. Inspirada em várias histórias dos comics, este jogo começa numa altura em que Apocalypse dominou o mundo, e os X-Men vêem-se obrigados a unir forças com a Brotherhood of Evil Mutants para
derrotar o terrível vilão. Os cenários são incrivelmente detalhados, e as personagens têm todas as características que nos habituámos a ver nos comics.

Para além da novidade interessante de se poder jogar com novas personagens, incluindo membros da Brotherhood como o Magneto, ou o Juggernaut, há um detalhe engraçado para os verdadeiros apreciadores dos comics: é que podemos escolher vários uniformes para cada personagem. Enquanto que em X-Men Legends estávamos limitados a usar o uniforme que as personagens têm em Ultimate X-Men (ainda que durante o jogo se percebesse que das versões ultimate apenas detinham o aspecto, uma vez que em termos de história o background era o da linha normal da Marvel), em X-Men Legends II, dependendo da personagem, podemos escolher entre os uniformes ultimate, os uniformes actuais, os uniformes clássicos, e ainda o aspecto que as personagens tinham na saga Age of Apocalypse !

Na imagem podemos ver isso mesmo: Ultimate Magneto, Wolverine, Cyclops e Bishop com os fatos actuais. O clássico do Wolverine é o fato castanho, enquanto que o de Cyclops é o da altura
Claremont/Byrne. Muito porreiro, para os fanáticos como eu.

O facto de se poder usar muitas personagens torna o jogo muito variado, pois cada personagem tem um leque de poderes muito próprio, e todos estão muito bem caracterizados. Desde os relampagos e ciclones feitos pela Storm à telecinesia da Jean Grey; o teletransporte do Nightcrawler; os raios opticos do Cyclops; o ice sliding do Iceman; as cartas explosivas do
Gambit; as valentes cargas do Juggernaut que destroem tudo por onde passa; o fogo do Sunfire; está tudo muito bem representado, incluindo o lendário "fastball special" protagonizado pelo Colossus e Wolverine.


Os mais criticos dirão: "E depois? O primeiro jogo já tinha tudo isso. Este aqui é mais do mesmo?" A resposta é: em parte sim, mas com uma nova história para seguir, novas personagens e poderes para usar e novos desafios para vencer.

E que desafios. De entre os "bosses" de nível que já tive de enfrentar, contam-se nomes como Grizzly (ex-parceiro do Cable e Domino no Six-pack), Mikhail Rasputin (osso bem duro de roer), Sauron, Holocaust, Sugar-Man (nasty tongue) e Lady Deathstrike (ver imagem seguinte).


Outro pormenor interessante são os diálogos. O actor Patrick Stewart, que interpreta o Professor X no cinema, empresta também aqui a sua voz a essa personagem. Os restantes nomes - tirando Lou Diamond Phillips que faz a voz do Forge - não conheço. Mas posso dizer que se adequam aquilo que tinha em mente para cada personagem, principalmente no que diz respeito aos sotaques de tipos como o Colossus, Nightcrawler, Gambit, Rogue, Moira MacTaggert, etc etc.

January 11, 2006

Decimation

O que aconteceria se 90% da população mutante perdesse o factor X, passando a ser homo sapiens normais ? Boa idéia para uma série de titulos What If, correcto ? Errado. Neste momento, no universo Marvel normal, foi precisamente isso que aconteceu. A história House of M acabou de modo apocaliptico, com a Scarlet Witch a trazer de volta a realidade normal, mas com um senão preso às suas últimas palavras : "No more mutants".

A idéia era eliminar de vez o factor X, mas o máximo que conseguiu foi reduzir uma população de milhões de mutantes para a módica quantia de 198. É isso mesmo. De todos os mutantes que existiam antes, apenas 198 permanecem com os seus genes inalterados. O dia em que tudo mudou ficou conhecido como o M-Day.

Algumas das baixas são personagens conhecidas (Quicksilver, Polaris, Iceman, Jubilee, Chamber, Blob,...). Outras são apenas figurantes, mas cuja perca de poder tem resultado em momentos dramáticos como é o caso de antigos mutantes subaquáticos que de repente perderam a capacidade de respirar debaixo de água, ou voadores que perderam subitamente o poder de voar.

Se para muitos a perca daquilo que os tornava mutantes é recebido com agrado, para outros é como se de repente lhes tivessem cortado um membro. Imaginem o que seria viver a vida em câmara lenta, para aqueles que perderam supervelocidade. Ou a surdez que representa para um telepata perder a capacidade de ler pensamentos. Estes e outros exemplos podemos ler nos vários titulos X que a Marvel publica. E, ao contrário de outros tempos e histórias, até as mini-séries são importantes e contêm histórias que valem mesmo a pena ler.

Aqui ficam alguns exemplos de coisas que li e gostei.

X-Factor #1
Argumento : Peter David
Desenhos : Ryan Sook

Depois da mini-série Madrox, Peter David continua a desenvolver a personagem Jamie Madrox, o Multiple Man, inovando no modo como este usa o seu poder de criar réplicas de si próprio. Existem muitos mais aspectos a ser explorados nesta personagem que a simples criação de exércitos de réplicas, e David consegue fazê-lo de um modo natural e com as pitadas de humor a que nos habituou em tudo o que escreve. Nesta nova série, que começa logo com as consequências que Decimation está a gerar na comunidade mutante, Madrox expandiu a sua agência de detectives contratando mais uns quantos amigos. Syrin e M juntam-se a Guido e Wolvsbane, e no primeiro número tentam recrutar Rictor, que foi uma das vitimas do M-Day. O mote de X-Factor é "X-Pect the Un-Xpected", e o primeiro número cumpre com esse objectivo a 100%.

Generation M #1
Argumento: Paul Jenkins
Desenhos: Ramon Bachs

Sally Floyd é uma jornalista que tinha uma coluna de artigos sobre mutantes. Depois do M-Day, Sally passou a escrever sobre os ex-mutantes, e o modo como estes foram afectados por este evento. Os media não se cansam de Sally, e essa notoriedade faz com que um serial killer lhe enviasse fotos de ex-mutantes assassinados, com uma pequena nota "Not enough have died". Nesta mini-série de 5 números, vamos poder ver pelos olhos de Sally como foram afectadas personagens como o Chamber, o Blob, a Jubilee e outros mutantes mais desconhecidos que perderam os seus poderes. Mas o fio condutor da história, e responsável por bons momentos de suspense, será o acompanhar das investigações dos crimes dos ex-mutantes. Quem será o serial killer, e até que ponto corre Sally perigo? O tom desta mini-série é muito similar ao titulo The Pulse, de Brian Michael Bendis, mas com uma narrativa mais próxima de séries e filmes policiais, estilo o Seven. Li algures que Jenkins e Bachs serão a próxima equipa criativa desse titulo, com a substituição de Jessica Jones por esta nova personagem. Se assim for, vou de certeza voltar a ler Pulse.


Son of M #1
Argumento: David Hine
Desenhos: Roy Allan Martinez

Um dia na vida de Pietro Maximoff, homo-sapiens. Nesta mini-série o destaque vai para a personagem do Quicksilver, o causador de House of M e consequentemente do estado da nação mutante depois do M-Day. Ele próprio é uma das vitimas, e nas mãos do escritor David Hine irá tocar no fundo, antes de se reerguer... Se alguma vez o chegar a fazer. Hine consegue captar bem o lado humano dos mutantes e as implicações dos seus poderes, como o provou em District X. Em Son of M irá concerteza fazer um trabalho tão bom como nesse titulo.

Decimation irá continuar pelos restantes titulos de mutantes, como X-Men, Wolverine, New X-Men, etc. Grandes alterações e conflitos vêm por aí, e depois destes aperitivos mal posso esperar para pôr os olhos na mini-série X-Men: The 198.

January 10, 2006

Momentos 2005 (DC/Wildstorm)

É dificil tentar recordar o material publicado pela DC em 2005 sem cair na INFINITE CRISIS, o mega-evento que está neste momento a decorrer nos titulos DC e cujos preparativos decorreram ao longo de todo o ano de 2005. A história de Infinite Crisis começou um pouco por todo o lado, mas podemos considerar o one-shot especial Countdown To Infinite Crisis como o marco inicial de toda a história. Nesse comic, que conta com a colaboração de vários artistas e argumentistas de peso da DC, são lançadas as sementes das 4 mini-séries que antecedem Infinite Crisis. Mas Countdown to Infinite Crisis é mais do que um mero comic de preview. É uma história dramática, de suspense, em que Blue Beetle, uma personagem algo menosprezada da DC, atinge a categoria de lenda, momentos antes de encontrar o seu fim.

As séries que se seguiram conduziram o universo DC até ao tal momento do Infinite Crisis.

Days of Vengeance encarregou-se do lado mágico desse universo, através da perseguição cerrada a todas as personagens mágicas por parte do Spectre. Um grupo de mágicos de segunda categoria conseguiu fazer-lhe frente, mas mais personagens morreram.

Villains United viu os vilões da DC organizarem-se numa sociedade, de modo a enfrentarem obstáculos comuns. Um obstáculo inesperado foi o facto de nem todos os vilões quererem integrar essa sociedade, o que provocou confrontos entre vilões.

The Rann/Thanagar War tomou conta da parte cósmica da DC. Green Lanterns vários, Adam Strange, Hawkman, Hawkgirl, os Omega Men, etc, viram-se envolvidos numa batalha entre planetas, orquestrada por uma entidade maléfica do nível de tipos como o Darkseid e Thanos. Vale a pena ler a mini-série que antecedeu esta guerra, e que já existe em trade paperback (Adam Strange: Planet Heist, com arte excepcional de Pascal Ferry).

The Omac Project, por fim, foi aquela que de algum modo continuou mais a história principal de Countdown que ocasionou a morte do Blue Beetle. O grupo Checkmate apoderou-se do super-satélite Brother Eye, criado pelo Batman, para espionar todos os super-humanos. Munidos de informação critica, e com um exercito de Omacs sentientes em humanos normais, a organização Checkmate promoveu o caos pelas mãos do seu rei negro, Maxwell Lord. Esta história acabou por ter consequências noutros titulos DC, nomeadamente nas 3 personagens mais conhecidas desta editora : Superman, Batman e Wonder Woman. Depois de alguns eventos despoletados por esta história, a relação entre estes três nunca mais será a mesma.

Em 2005 a DC decidiu realçar os pés de barro dos seus heróis.
A desconfiança que o Batman tem dos outros heróis foi levada ao extremo, depois dos eventos de Identity Crisis, em que se descobriu que alguns membros da JLA limparam recordações da mente de supervilões e do próprio Batman, sacrificando códigos de honra em prol da segurança dos seus entes queridos. O Omac Project mostrou como a paranóia do Batman pode afectar a segurança e paz mundial.
O Superman foi-se sentindo cada vez mais alienigena em relação ao planeta que o adoptou. A Wonder Woman viu-se forçada a escolher entre os valores morais que a sua posição na JLA e de embaixadora da ONU lhe obrigam, e os seus ensinamentos de amazona guerreira que lhe permitem aceitar que matar pode ser uma solução. Com tudo isto, o núcleo central da JLA foi afectado e o fim do super-grupo está iminente.

Mas nem tudo foi tristeza, no universo DC. 2005 foi também o ano em que regressaram alguns heróis que tinham sido colhidos pela fria foice da morte. Temos o caso de Hal Jordan, o Green Lantern mais famoso de todos, que regressou em grande estilo graças a Geoff Johns e Carlos Pacheco. Os 3 primeiros numeros do novo titulo Green Lantern são de uma força tremenda. Geoff Johns percebeu bem que mais do que o anel, o que move esta personagem e faz dela um
grande herói é a força de vontade.

Quem regressou também foi a Donna Troy, numa mini-série de antecipação ao grande evento cósmico Infinite Crisis, cujo titulo é precisamente The Return of Donna Troy. O papel dela nesse evento parece similar ao da Harbinger, a assistente do Monitor de Crisis on Infinite Earths, a clássica história dos anos oitenta de Marv Wolfman e George Perez. Depois de ter morrido a combater um robot do Superman na mini-série Graduation Day que deu origem aos titulos Outsiders e Teen Titans actuais, eis que a Donna surge aqui como uma semi-deusa, responsável por reunir heróis para a batalha de Infinite Crisis. Bons desenhos de Phil Jimenez, mas uma história algo confusa.

Quem também regressou do mundo dos mortos, mas com menos espectacularidade, foi Jason Todd, o segundo Robin, que tinha sido morto pelo Joker há vários anos atrás. Surge como o novo vilão Red Hood, nos titulos do Batman, dos quais me tenho mantido afastado por achar muito dispersos e com pouca qualidade. É curioso que Bucky Barnes (sidekick do Captain America) e Jason Todd (sidekick do Batman) tenham regressado no mesmo ano, como vilões.

Em 2005 os titulos do morcego tornaram-se ainda mais dispersos e confusos de acompanhar. Em Detective Comics, correu uma história em 12 partes escrita por David Lapham, o autor de Stray Bullets. Supostamente esta história passou-se antes do bat-crossover do ano anterior, War Games, mas foi interrompida a meio para duas partes de um novo crossover com o titulo Batman, sequela de War Games. Em Gotham Knights usou-se e abusou-se da personagem Hush. Em Legends of the Dark Knights sucederam-se mais histórias sem ligação às demais, com a diferença de que enquanto no passado este titulo era um meio de artistas de nome contarem histórias passadas do homem morcego, agora o titulo encontra-se na cronologia actual. Em Batman, Winnick e Mahnke voltam a por o titulo nos niveis de venda que tinha antes da run de Jeph Loeb e Jim Lee, ou seja, baixos.

Mas a noticia Batman de 2005 foi sem duvida o lançamento do titulo All Star Batman and Robin, the Boy Wonder, que juntou duas super estrelas dos comics : Frank Miller e Jim Lee. Infelizmente, desde que estreou em Julho, ainda só conseguimos ver dois números deste titulo. Mas já deu pra ver que Miller quer levar ao extremo os aspectos mais polémicos da personagem do Batman, começando, porque não, na sua relação com o adolescente Robin. O material ainda é muito pouco para ter uma idéia pessoal mais formada sobre se gosto da história ou não, e da
versão mais bruta e lunática que Miller traz a este Batman.



Não posso terminar este esforço de memória sem dizer qualquer coisa do trabalho de Grant Morrison na DC. No ano passado começou o Seven Soldiers de Morrison. O argumentista tratou de desenterrar algumas personagens secundárias da DC como o Guardian, Zatanna, entre outras. Supostamente esta história iria ser contada em várias mini-séries que, de algum modo, iriam estar relacionadas e iriam ter um grande significado para o universo DC. Penso que talvez a Infinite Crisis tenha ofuscado este evento, mas quem sabe não vamos voltar a ouvir falar mais
dele no futuro.

Por ultimo, mais umas palavras para dizer que em 2005 assistimos ao regresso de artistas que estavam algo afastados das pranchas. J Scott Campbell voltou para desenhar uma equipa de adolescentes - os Wildsiderz, e Joe Benitez apresenta uma história de misticismo guerreiro com muitos monstros à solta em Wraithborn. Quando falo de Campbell não consigo evitar lembrar-me dos seus colegas artistas da imprint Cliffhanger, mesmo caindo um pouco fora do universo DC/Wildstorm. Humberto Ramos está em grande forma na Dark Horse com Revelations, uma história de crime passada no Vaticano escrita por Paul Jenkins, o seu colega de outras guerras aracnideas. Quanto a Joe Madureira foi anunciado no ano passado como o futuro artista da terceira série de Ultimates, onde irá colaborar com Jeph Loeb.

January 2, 2006

Momentos 2005 (Marvel)

E de repente....2006

Ano novo, comics novos. Mas antes de começar a perder-me com todas as novidades que as editoras de comics americanas têm para este ano, apeteceu-me reflectir um bocado sobre o ano passado, e os momentos comics-related que para mim foram mais marcantes em 2005.
Vou começar pela Marvel, por ordem alfabetica ou talvez não ...

Black Panther - o regresso do rei.
Reginald Hudlin e John Romita Jr trazem a personagem Black Panther de volta, com uma série mensal focada na invencibilidade do reino de Wakanda e do seu mais alto representante, o rei Tchalla. É mais uma aposta da Marvel em trazer para o mundo dos comics autores respeitados noutros meios. No caso, Hudlin é considerado um dos realizadores de vanguarda do cinema independente afro-americano, tendo ganho um Students Academy Award em 1983 com o filme House Party. John Romita Jr contribui para o sucesso deste titulo com o dinamismo e carisma da sua arte.

Wolverine - as garras de Millar
Mark Millar e John Romita Jr (cá está ele outra vez) continuaram a fazer com que o titulo Wolverine valesse a pena ser lido. Depois de o tornar o Inimigo do Estado na pele de um assassino impiedoso controlado mentalmente pela Hydra, Millar tornou Wolverine agente da Shield, numa missao de dar caça à Hydra e aos seus aliados ninjas da organização The Hand. A vingança foi servida em 2005, e serviu-se em fatias. SNIKT!

New Avengers - os super-heróis
Brian Michael Bendis e David Finch apresentaram uma nova formação de Avengers, depois dos eventos de Disassembled, cujo principal objectivo é recapturar uma série de super-vilões que fugiram de uma prisão de alta segurança. Sem apoios do governo, mas com uma boa dose de conspiração governamental que inclui a agencia de espionagem SHIELD, New Avengers tem vindo a tornar-se o titulo blockbuster por excelência do universo Marvel normal.




Young Avengers - jovens rebeldes
Mais um titulo derivado de Avengers Disassembled. Allan Heinberg, criador da série O.C. (Na Terra dos Ricos), apresenta uma equipa formada de supostos sidekicks dos Avengers originais. As surpresas são muitas, as personagens são novas e frescas, e este titulo é um digno sucessor em termos de originalidade e fluidez de histórias dos primeiros números de Thunderbolts.

Captain America - o regresso de Bucky
Em 2005 Ed Brubaker apresentou ao publico um grande mistério: quem é o Winter Soldier ? Será mesmo o falecido sidekick do Capitão America na 2a Guerra Mundial, Bucky Barnes ? Tudo indica que sim. Mas como o próprio Brubaker disse, no FIBDA deste ano, a revelação de quem é o Winter Soldier é apenas o inicio da história.





House of M - o crossover
O mega-evento deste ano na Marvel foi o já terminado House of M. Brian Michael Bendis, com a ajuda da Scarlet Witch, criou uma realidade alternativa onde os mutantes mandavam nos humanos. O lider desta realidade dictatorial era nem mais nem menos que Magneto. Todas as personagens tiveram aquilo que mais desejavam, pelo menos durante algum tempo. Spider-Man era casado com Gwen Stacy, e toda a gente o idolatrava (ou quase todos); Magneto era o imperador; Wolverine sabia tudo sobre o seu passado, and so on and so on. A mini-série House of M e os seus efeitos espalharam-se por um sem número de titulos, alguns deles bem escusados (Incredible Hulk, New Thunderbolts). A história até que era interessante, mas como evento "crossoverista" decepcionou-me um pouco pelo facto de ser muito confuso e pouco coeso o universo que pretenderam criar espalhado por uma miriade de titulos. O melhor de tudo foi mesmo o fim da mini-série, quando se descobriu quem era o verdadeiro responsável. O fim de House of M trouxe também o evento que colocou um fim à realidade alternativa, o evento M, que provocou que milhões de mutantes deixassem de o ser. A este momento a Marvel chamou de Decimation, e os seus efeitos já se estão a fazer sentir ao longo de vários titulos mutantes, como New X-Men, Generation M, New Excalibur, XFactor, X-Men Deadly Genesis e, claro, os
demais titulos X.De uma população de milhões de mutantes no planeta, ficaram apenas 198. Os demais não foram dizimados, simplesmente perderam o factor X que os tornava mutantes. É interessante ver o modo como isso afecta algumas personagens, principalmente as mais conhecidas. Algo para seguir com muita atenção em 2006.


Spiderman - o Outro
No ultimo trimestre de 2005 começou uma história que irá continuar em 2006, com repercussões na personagem mais conhecida da Marvel: o Spider-man. The Other é uma história de 12 partes que está a ser contada nos 3 titulos mensais de Spider-Man. Um deles (Friendly Neighbour Spiderman) começou precisamente com esta história, e traz o
regresso do artista Mike Wieringo às páginas do aracnideo, bem como um escritor mais conhecido por brincar com raios gama: Peter David. A história é simples: Peter Parker está a morrer, e procura desesperadamente uma cura. Para ajudar à festa, regressa Morlun, o assassino de totens aranha (não perguntem...).

Em 2005 o titulo Amazing Spider-man piorou, no que diz respeito a interesse. A arte esteve a cargo de Mike Deodato, que apesar de ser um bom artista mais virado para o realismo, tem alguns problemas de storytelling. O argumento também tem sido fraquinho, ao contrário do inicio da run do J. M. Straczinsky. 2005 não foi um ano muito bom para este argumentista. Estreou-se em Fantastic Four, e de novo trouxe a tendência de revelar factos do passado nos quais não vale a pena mexer. Nas primeiras histórias, pretendeu dar uma explicação de porque os raios cosmicos transformaram como transformaram os membros do quarteto fantástico, dando-lhes inclusive alguma intencionalidade. Tal como tinha feito com o Homem Aranha, e as teorias que indicam que a aranha escolheu picar o Peter Parker, mas que já houve outros antes que também foram "chamados" para ser representantes do totem aranha. Ainda relativamente ao Homem Aranha, revelou coisas do passado da Gwen Stacy que indicam que esta teve um caso com o Norman Osborn (Green Goblin), tendo tido filhos dele.
Voltando a Fantastic Four, outra coisa que me desagradou em 2005 foi a arte de Mike McKone nesse titulo, um artista do qual eu gostei bastante em Teen Titans. Continuo a ser da opinião que alguns artistas brilham mais na DC que na Marvel. Tinha como exemplo para esta teoria o trabalho de Tom Grummett em Teen Titans (DC) e em New Thunderbolts (Marvel). Agora tenho mais um exemplo, o Mike McKone.