January 25, 2005

Stray Batman Bullets

Há um rumor no mundo dos comics que diz que todos os criadores têm uma história do Batman para contar. Mesmo aqueles que normalmente não escrevem tipicas histórias de super-heróis.

Pois bem, chegou a vez de David Lapham, o criador de Stray Bullets, nos mostrar o que tem para contar do Cavaleiro das Trevas.

detective801Em Detective Comics #801 começou uma história de 12 partes, intitulada “City of Crime”, onde Lapham nos conduzirá aos meandros do crime de Gotham City. Os desenhos são de Ramon Bachs (Batman: The 12-cent Adventure) e a arte-final de Nathan Massengill (Detective Comics).

Começamos por acompanhar Batman numa investigação de uma rede de tráfico de drogas, na qual parecem estar envolvidas várias pessoas de diferentes classes e profissões respeitadas da sociedade de Gotham. Mas o tráfico de droga parece ser apenas um dos petiscos desta rede criminosa, uma vez que aos poucos se vai percebendo que uma série de raptos podem estar também relacionados com esta organização.

O estilo urbano e sombrio da escrita de Lapham serve bem estas personagens, e acima de tudo Gotham City. A narrativa, sempre na primeira pessoa, é intimista e descritiva de pensamentos que nos ajudam a perceber quem são as personagens, e como elas vêem o Batman. Lapham escreve Batman como um mito urbano. A principal arma deste vigilante é o medo, e isso faz-se notar nas expressões atemorizadas quer dos criminosos quer das vítimas, que Bachs e Massengill retratam bem.

detective802No #802, que também já chegou cá, uma personagem importante aparece na história. Trata-se de Robin, o boy wonder, e é aqui que eu acho que Lapham falha um bocado. É que Tim Drake é retratado como um jovem aventureiro, algo despreocupado e brincalhão, caracteristicas que estão mais próximas dos outros dois jovens que já foram Robin, principalmente do Dick Grayson. O Tim Drake de outras histórias anteriores de Batman, e de Teen Titans, é um jovem mais parecido com o Batman, no sentido de que é mais sombrio, frio no relacionamento, de espirito critico e aguçado que fazem dele um detective quase tão bom como o Batman. Aqui Lapham mostra-nos um Robin mais relaxado e irrequieto.

Problemas no trabalho de pesquisa do background das personagens coadjuvantes ? Talvez. Seja como for, não é suficiente para estragar aquilo que me parece ser uma boa história do Cavaleiro das Trevas.

Na miriade de titulos Bat que saem por mês, nos próximos meses é com Detective Comics que conto para ter a minha dose mensal de Batman.

1 comment:

Passaporte said...

A história City of Crime passa-se antes dos eventos de "Wargames", a última seca de saga que correu pelos vários titulos Bat.

Calculo que se passe também antes dos eventos de Identity Crisis, que tanto afectaram o Tim Drake.

Mas mesmo que seja mais perto do inicio de carreira, lembro-me de ler uma mini-série com este Robin, pouco depois de ele ter assumido o papel de boy wonder, em que ele já se mostrava mais adulto que os seus predecessores. Ainda antes de se tornar Robin, já ele tinha mostrado ser um excelente detective, ao descobrir sozinho a identidade secreta do Batman. Alias, foi esse facto que convenceu o Wayne a ter um novo protegido, depois de ter jurado nunca mais, após a morte do Jason Todd.