August 19, 2005

Comics Hunter : Mission Las Vegas


Cá estou eu de novo, com mais um episódio desta rúbrica, Comics Hunter, um mini-guia para os viciados como eu que, mesmo quando estão fora, gostam de ler comics.

E por falar em vicios... Viva Las Vegas! Esta cidade, também conhecida como a cidade do pecado, faz jus à sua fama de capital do jogo. Por todo o lado há slot machines, e o tipo de pecados que se podem cometer nesta cidade não acabam nas mesas de jogo. Heck, isso é só o principio. Mas isso dava outra história, e eu estou aqui é para falar de Comics. Mesmo que para isso arrisque contrariar a velha máxima de "What happens in Vegas, stays in Vegas". :)

O facto é que é dificil encontrar lojas de Comics na Strip, a avenida mais conhecida de Las Vegas, onde estão os Hoteis-Casinos mais famosos e a noite é inundada por jogos de luz, cor e som. Mas a alguns quarteirões desta zona, perto da Universidade de Las Vegas, lá consegui dar com uma, a Alternate Reality Comics.


No dia em que a visitei (o passado dia 23 de Julho), por coincidência estava a decorrer uma sessão de autógrafos com o Jim Lee, por ocasião do lançamento do All Stars Batman & Robin: The Boy Wonder. Grande coincidência. E pensar que dias antes tinha estado uma hora na fila, na Comic-Con de San Diego, para que o Lee me assinasse alguns livros. Em Vegas esperei uns 5 minutos :)

Também estavam presentes outros jovens autores, um dos quais descobri agora mesmo que era o Ale Garza (Ninja Boy, YJ/Titans: Graduation Day). Raios, devia haver uma lei a obrigar que fossem afixados os nomes dos artistas nestes eventos. Podia ter aumentado a minha colecção de sketches.

Mas voltando à loja em si, é muito porreira. Não é muito grande, mas tem os comics bem expostos, sendo fácil encontrar as novidades mais recentes. E para mim ganha uma série de brownie points pelo facto de ter tido a iniciativa de promover uma sessão de autógrafos com um dos autores mais procurados do momento. Acredito que não deve ser fácil, levar artistas destes às lojas, principalmente durante a época das convenções de comics. Ou então foi mais fácil, pois apanhou-o entre a San Diego Comic-Con e a Wizard World Chicago. Seja como for, a procura deve ser grande, pelo que é de louvar o esforço.

Como de costume, aqui fica a morada da loja, e um pequeno mapa, para ajudar futuros visitantes desta fantástica cidade a dar com o sítio.

Alternate Reality Comics
4800 S Maryland Pkwy Ste D
Las Vegas, NV 89119-6316

August 11, 2005

San Diego Comic-Con International 2005

Um dos momentos mais felizes da minha vida, foi sem dúvida aquele em que me ligaram da RFM a dar a notícia de que tinha ganho uma viagem a San Diego, para ir ver a famosa Comic-Con. Lembro-me, ainda antes de ter sequer enviado o meu trabalho sobre a Catwoman, de ter ficado satisfeito por um canal de rádio português saber da existência da SDCC, esse grande evento dos comics e da cultura pop norte-americana, onde se misturam elementos de SCI-FI, Comics, Cinema, Jogos e muito mais. Fiquei tão radiante pela iniciativa que, mesmo pensando ter poucas hipóteses de ganhar alguma coisa, decidi desenterrar o lápiz e as folhas de papel cavalinho A4 e participar. Em boa hora o fiz.

Depois de muitas semanas de ansiedade, chegou finalmente o dia em que me vi à porta do San Diego Convention Center. Na mochila levava alguns comics de alguns dos meus autores preferidos, e estava muito curioso de ver como seria a ante-estreia, a tal em que supostamente só vão os convidados. A verdade é que qualquer pessoa que tenha encomendado com antecedência o passe de 4 dias da convenção, também tem direito a estar presente na pré-abertura. O que é justo, uma vez que só mesmo os mais fanáticos estão dispostos a enfrentar a fera que é a Comic-Con, 4 dias seguidos. A grande vantagem de ir na ante-estreia, é ter acesso ao Exhibit Hall antes dos milhares de visitantes que lá irão durante os 4 dias de convenção. No Exhibit Hall estão os stands de editoras, lojas, autores, distribuidoras de filmes, produtoras, artistas, etc. Desde a DC Comics ao mais pequeno dos editores. Do Stan Lee ao John Smith (quem? Exacto). O facto é que, mesmo na ante-estreia, ainda se encontram vários milhares de pessoas neste local, e dado que a abertura é mais tarde (16h00?) do que nos dias normais (10h00), existe um intervalo menor de tempo para um sem número de pessoas que tentam obter aquilo que os levou lá - seja isso um autografo dos seus artistas preferidos, sejam action figures exclusivas da Comic-Con. Uma vantagem é que o processo de obtenção do passe para os 4 dias, parece ser mais rápido que nos dias normais de convenção. Uma vez que os bilhetes já foram comprados com antecedência, é uma questão de passar pelas várias mesas de registo para obter o seu crachá de visitante. Esta parte foi mais ou menos rápida. Mas já dava para ver, pela quantidade de pessoas que por ali andavam, que tudo o resto iria ser bem demorado. E algumas coisas, impossíveis de obter.

Aqui fica então, a minha visão pessoal da San Diego Comic-Con 2005.

Stands e Booths (Exhibit Hall)

A zona de Stands (ou Booths) das editoras situava-se a meio do Exhibit Hall. Aquele que mais me ficou na memória foi o da DC Comics, talvez por ter sido aquele onde passei mais tempo, em filas, à espera de obter alguns sketches dos vários artistas e autores que por ali passaram. A verdade é que no que diz respeito a editoras de comics, a DC era a que tinha o stand mais apelativo. Para isso muito contribuiu a imagem do All Stars Batman & Robin do Jim Lee, que era nem mais nem menos que a imagem do cartaz da SDCC deste ano. O stand da DC tinha uma zona central onde estavam expostas várias e recentes action figures das suas personagens, e à sua volta estavam estratégicamente colocadas as mesas onde os autores se sentavam, encostados a grandes painéis com imagens dos seus trabalhos mais recentes. Tinhamos por exemplo a mesa da Wildstorm, onde o autor mais procurado era o J Scott Campbell, que apresentava a sua nova série Wildsiderz. Tinham também uns monitores estilo aeroporto, onde iam indicando quais os autores que estavam presentes naquele momento no stand, e as horas a que estariam os próximos. A verdade é que estas horas nem sempre eram cumpridas à risca, e para obter algo de artistas como o Jim Lee e o Campbell, não chegava estar nas filas. Antes de eles estarem no stand, a horas não marcadas eram distribuidas umas pulseiras com cores, pelo "sheriff" do stand - um sujeito algo irritante com manias de porteiro de discoteca - e só quem tivesse essas pulseiras é que podia depois se colocar na fila para obter um sketch, ou assinaturas dos artistas presentes. Jim Lee, Ian Churchill, Jeph Loeb, os irmãos Adam e Andy Kubert, J. Scott Campbell, Jeph Loeb, Joe Benitez, Geoff Johns, eis alguns dos nomes que por ali passaram. Ainda consegui uns sketches porreiros, mas a maior parte das vezes as filas formavam-se tão depressa que quando eu tentava ir para uma delas já lá estava alguém com o maldito cartaz a dizer "I'm the last one. Sorry". O stand da Marvel era mais pobrezinho, quer em termos de convidados quer no que diz respeito ao que se podia lá obter. Enquanto na DC podiamos ver coisas como previews de séries a sair, ou mesmo obter posters e pins, na Marvel apenas se limitavam a mostrar previews dos próximos jogos da Activision. Podia experimentar-se o novo jogo Fantastic Four, ou o Ultimate Spiderman, e ver demonstrações do X-Men Legends 2. Outros stands interessantes de que me lembro são os de filmes, como Star Wars, Underworld (onde tinhamos estátuas réplicas das personagens do filme, ou uma das motas protótipo do filme Ghost Rider). Havia um stand com peças de colecção como bustos do Hellboy, estátuas de personagens do Sr dos Anéis, etc.
Era preciso mais do que 4 dias, e muito menos visitantes por metro quadrado no recinto da exposição, para poder apreciar todos os stands como deve ser, com toda a variedade de coisas que tinham para mostrar. Desde demonstrações da PSP (playstation, não a policia), adereços de filmes, torneios de jogos de cartas estilo Magic, apresentações de filmes, jogos, novos comics, demonstrações, enfim, um sem número de coisas. Outra coisa engraçada é a quantidade de caras conhecidas com as quais te vais cruzando, e não estou a falar do pessoal mascarado. Seth Green (Buffy), os irmãos Shawn e Marlon Wayans (Scary Movie), foram disso exemplo. E, claro, autores de comics estão por todo o lado. Salvador Larroca, Geoff Johns, Robert Kirkman (que vendia os seus próprios comics e outros no stand da Image), Jimmy Palmiotti (o qual cumprimentei e me disse lembrar-se de quando esteve em Portugal, e do jantar da Tertulia BD - pode ter sido apenas simpatia, mas ficou bem ), etc.
Uma coisa reparei, no que diz respeito à maior parte dos autores. Há uma certa aura de nervosismo à volta de muitos deles, que pode levar a atitudes um bocado estranhas. Alguns estarão mais habituados que outros a terem fãs à sua volta, mas com aquela dimensão, acho dificil para um ser humano não ser afectado. Não sei, mas tenho a impressão que poucos deles serão "eles mesmos" nos dias de convenção. Daí que facilmente seria capaz de cometer o erro de achar mais simpáticos aqueles que conseguem controlar melhor o stress. Não sei se me faço entender....But anyway....

Artists Alley

Em ambos os extremos do Exhibit Hall, existia uma zona com espaço para cada um dos artistas, onde estes expunham e vendiam as suas obras. Nesta zona os skecthes já eram pagos, mas não eram apenas artistas de comics que lá se encontravam. Escultores, ilustradores, modelos,
actores, actrizes, todos tinham o seu espaço próprio. É nesta zona que podiamos encontrar nomes como Brent Anderson, Lee Bermejo, Tim Bradstreet, Gene Colan, Marv Wolfman, Joe Jusko, Adam Hughes, Sergio Aragonez, Neal Adams e muitos mais. Quem procura originais destes artistas, ou vê-los a trabalhar no momento, ou quem sabe quer o último DVD da bombástica modelo Dazza Del Rio , era aqui que devia ir (ver imagem; é da SDCC de 2003, mas está na mesma :) ). Neste local, alguns dos autores convidados pelos stands da Marvel, ou DC, também tinham o seu espaço, como por exemplo o J Scott Campbell e o Jim Lee.

Autógrafos

No segundo andar do pavilhão, existia uma zona enorme onde eram organizadas as filas de autógrafos. Este espaço era gerido não pelas editoras, mas pela própria organização da Comic-Con, que agendou sessões de autógrafos com os seus convidados. Era neste espaço que se podiam encontrar personalidades como Stan Lee, Marv Wolfman, J Michael Straczinski (do qual tive a sorte de conseguir que me assinasse o Midnight Nation #1), Ray Bradbury, e muitos outros escritores, artistas e actores. Da sétima arte tinhamos nomes como Eva Mendes (Ghost Rider), Kate Beckinsale (Underworld: Evolution), Bruce Campbell, vários actores do elenco de filmes e séries como Superman the Movie, Buffy, Babylon V, Star Trek, etc. Para alguns deles bastava entrar na fila, enquanto esta não fechava. Para outros havia uma espécie de sorteio, em que tinhas de ir para uma fila tirar um senha, e caso fosse premiada, podias voltar mais tarde e ir para a fila obter um autógrafo. Isto acontecia principalmente com os actores, e normalmente obtinha-se como prémio uma foto desse actor ou actriz autografada na hora, pelo próprio.

Compras

As compras....É preciso ter algum cuidado na SDCC para não gastar rios de dinheiro. Não só por se conseguir encontrar de tudo à venda, desde comics raros da golden age aos mais recentes títulos, ou merchandise de colecção que é posto à venda exclusivamente neste tipo de convenções, mas também porque os preços não são muito rigorosos. Para terem uma idéia, o All-Stars Batman #1 era vendido nalguns stands ao preço de capa, mas noutros, devido à grande procura por ter sido lançado durante a convenção, e pelo facto do Jim Lee estar presente na Comic-Con, vendiam-no por mais do dobro do preço. Um comic de 3 dólares vendido a 7,8,9....Mas isso não é nada. Uma Dark Phoenix de Heroclix, figura limitada que a Wizkids vendia a $30,00, chegava a custar $120,00 nos stands dos lojistas. Importa aqui dizer que apenas conseguia comprar esta figura quem tivesse estado de manhã na fila da Wizkids para obter uma senha numerada, e que tivesse a sorte de o seu número sair no sorteio. Salvo erro, eram sorteadas 1000 senhas por dia. É a lei da oferta e da procura a funcionar em pleno, sem qualquer tipo de controle.
E aqui, pesa também muito a habilidade de negociar ou regatear que cada um tem. Digamos que não é algo com o qual eu tenha ficado muito
satisfeito, no que diz respeito à SDCC, e aos esquemas das senhas premiadas. Algo de muito estranho se passa quando a tua senha calha 3 vezes consecutivas no meio de senhas premiadas, em dias diferentes. Há ali pessoal com grandes esquemas, if you ask me.

Anime

Nos auditorios do 2o andar, havia 3 salas que exibiam filmes de Anime durante todo o dia e à noite, principalmente séries novas, algumas que ainda não tinham sido lançadas no mercado americano. Era um bom local para descansar as pernas, depois de passar horas e horas a andar de um lado para o outro no Exhibit Hall. Mas de certeza que o objectivo da maior parte das pessoas não era esse, uma vez que a Anime tem um lugar de peso no publico jovem norte-americano. Basta entrar em qualquer loja de DVDs e ver o quão recheadas são as zonas de Anime.

Conferências

Também no andar dos auditórios era o local onde decorriam as conferências com os mais variados temas. Desde apresentações de futuros lançamentos das editoras de Comics a novos filmes a estrear no cinema, com a presença de produtores, realizadores e actores dos ditos filmes, passando por amenas conversas de destaque para este ou aquele artista, work-shops sobre cinema, comics, etc. Apenas assisti a uns quantos, como a apresentação da nova época de Lost, e o anuncio do lançamento do DVD da primeira série. Nesta conferência estiveram presentes os actores que interpretam duas personagens da série, Shannon e Sawyer, e os argumentistas e realizadores da série. Assisti também ao Cup of Joe, onde Joe Quesada apresentava alguns titulos que a Marvel ia lançar, com especial destaque para a actual saga House of M. Não foram apresentadas muitas novidades que digamos, e depois de ler algumas das noticias da Wizard World Chicago já percebi porque. Outro dia já enviarei para aqui algo relacionado com isso. Outra conferência a que assisti, foi a da Wildstorm, onde estiveram presentes J Scott Campbell,para apresentar o Wildsiderz, Brian K Vaughan e Tony Harris responderam a perguntas sobre Ex-Machina, e o presidente Jim Lee anunciou alguns
intercâmbios de personagens da Wildstorm com a DC. O Captain Atom vai aparecer no universo da Wildstorm.

Masquerade

Algo que se podia ver com fartura na Comic-Con, eram pessoas mascaradas de super-heróis, personagens de star wars, anime, etc. Havia fatos muito bem conseguidos, principalmente no sábado. Isto porque nesse dia houve o grande baile de máscaras, no pavilhão maior. Quem quiser saber mais sobre este evento, bem como tudo o resto que aconteceu na Comic-Con, pode visitar o site oficial do evento http://www.comic-con.org/cci

Uma coisa que é preciso entender, para não sair da Comic-Con frustrado, é que este evento oferece muita coisa, mas não vais conseguir chegar a tocar em tudo. Basta olhar para o calendário de eventos de qualquer um dos dias, e rapidamente percebemos que se queremos assistir ao painel/conferência da Marvel, apresentado pelo Joe Quesada, não vamos conseguir estar no outro anfiteatro onde está a haver uma conferência com o Brian K Vaughan, da série Y the Last Man. Ou que tens de sair antes do painel Superman Forever acabar, para chegar ao Wildstorm Presents na outra ponta do pavilhão. E no meio disto tudo, ainda é preciso encaixar bastante tempo para a caça ao sketch, o passeio pelos vários stands, e as compras. É preciso planear com antecedência aquilo que mais se deseja ver, pois é muito fácil perder-se no meio de tanta oferta.

É muito confuso. Está cheio de gente por todo o lado. É dificil (senão impossível) obter tudo o que se quer da Comic-Con. Mas não deixa de ser um evento magnifico que vale a pena visitar. Para um fã de comics como eu, qualquer convenção de Comics vale a pena. Mas esta tem mesmo uma dimensão incrivelmente grande. Tão grande, que por toda a cidade se vê cartazes nas lojas, restaurantes, hotéis, e outros locais públicos a dar as boas vindas aos visitantes da Comic-Con.

Não fiques assim, Batman. Para o ano, há mais.

August 5, 2005

De volta

Howdy!

Estou de volta! Já lá vai algum tempo, desde o meu último post aqui no blog. Peço desculpa a todos pelo silêncio, e obrigado pela paciência a todos os que de vez em quando têm vindo aqui ver se há novidades.

Tenho alguns posts planeados para colocar aqui nos próximos dias. Para já, aqui fica uma pista de por onde andei no mês passado, e sobre o que irei falar no próximo post.



Seeya soon!